Soldados do governo sírio fazem vigilância em rua de Homs
Artigo de Joana Neitsch publicado no Jornal Gazeta do Povo em 24/01/2012 com participação especial de George Sturaro.
O Brasil está entre os países que deram a “resposta mais decepcionante à Primavera Árabe”, de acordo com o diretor-executivo da organização não governamental Observatório dos Direitos Humanos, Kenneth Roth.
O Observatório publicou no último domingo o relatório anual sobre direitos humanos no mundo e considerou que, junto com Índia e África do Sul, o Brasil formou um grupo de democracias do Hemisfério Sul que decepcionaram por não apoiar sanções contra a violência na Síria.“Pareciam ser guiadas não pelas aspirações do povo árabe, mas mais por seu compromisso com visões ultrapassadas da soberania nacional, mesmo quando isso resulta na blindagem de regimes repressivos”, escreveu Roth.
Gustavo Lacerda, sociólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que era esperado da presidente Dilma Rousseff que ela apoiasse essas medidas já que “tomou posse afirmando que, até pela sua história, a defesa dos direitos humanos seria uma de suas bandeiras”. Mas o pesquisador também ressalta que “a soberania é um conceito político e jurídico que nunca vai deixar de existir. Significa que cada Estado mantém seu próprio território, sua fronteira e nesse sentido não é ultrapassado”.
Para o professor de Relações Internacionais George Sturaro, do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), o governo Dilma soube harmonizar respeito à soberania nacional com defesa dos direitos humanos. “Em outubro de 2011, quando os EUA propuseram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] para refrear o governo sírio, que incluía sanções que interferiam na soberania, o Brasil se absteve. Mas, no mês seguinte, apoiou no Conselho dos Direitos Humanos da ONU uma resolução que condenava as ações do governo de Bashar Assad.”
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1216139
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