Mundão
O INFERNO PÓS-ONZE DE SETEMBRO
Por
Mariana Hazt Lencina
Rebecca Regina Flecha Braschi
Alunas do Prof. Marlus Forigo
na disciplina de Ciência Política
do 1º per. de Relações Internacionais
O que aconteceu no dia 11 de Setembro de 2001 o mundo inteiro sabe e ainda se choca quando são lembradas das milhares de pessoas inocentes que perderam a vida nessa manhã. Mas o que os Estados Unidos juntamente com seus aliados da OTAN fizeram depois desta data foi tão trágico como os atentados terroristas que marcaram essa manhã. Eles declararam a 'Guerra ao Terror', como uma forma, segundo eles, de combater o terrorismo no mundo. Porém, quantas pessoas morreram nessa tentativa de combate? E todas as vítimas eram, de fato, terroristas?
O atentado terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center assustou o mundo e tirou a vida de 2.996 pessoas. O episódio é lembrado ano após ano, levando o mundo a voltar seus olhos para o local da tragédia em seu 'aniversário'. Mas por que o mundo não se volta contra as invasões dos Estados Unidos ao Afeganistão e ao Iraque? Não é possível generalizar e dizer que todas as pessoas que moram nesses países são terroristas. Então por que as invasões foram apoiadas como vingança aos mortos nesse atentado e ao terrorismo no mundo?
As invasões ao Afeganistão (em 2001) e ao Iraque (em 2003) tiraram a vida de milhares de pessoas, e duraram até o ano de 2009. Todavia, quem julgava o homem ou a mulher que estavam sendo mortos nesse período? Quem dizia que eles eram terroristas e mereciam morrer por isso? A resposta é muito óbvia: os soldados americanos juntamente com os soldados do exército da OTAN. Não há sentido na Guerra ao Terror. Além de provocar o sofrimento nas famílias dos jovens soldados que morrem no campo, pode ser vista como 'desculpa' para matar adultos, jovens e crianças islâmicos que viviam nesses locais. Uma prova disso poderiam ser as fotos que os soldados tiravam rindo, dos corpos das vítimas. Os islâmicos têm direitos como qualquer ser humano? Ou melhor, os americanos têm os mesmos direitos como o resto do mundo? Na teoria, sim, mas depois desses conflitos, é de se questionar. O atentado teve uma repercussão absurda, sendo considerado, o '11 de Setembro', o maior atentado terrorista da história! Irônico, não? As bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagazaki, juntamente com as conseqüências da radiação, somaram quase cem vezes o número de mortos do World Trade Center, totalizando aproximadamente 200 mil! E isso foi considerado apenas a atitude que pôs um ponto final na Segunda Guerra Mundial. Porém, a vítima foi a maior potência mundial, e é claro que a ênfase deveria ser maior, o tratamento diferenciado.
Não é culpa apenas dos Estados Unidos considerarem seu quintal o resto do mundo. Muitas outras potências dão abertura para que este pensamento exista. Quando invadiram o Iraque, eles passaram, literalmente, por cima da ONU, sendo que são membros permanentes da mesma. O poder da Organização das Nações chegou a ser questionado, já que nada foi feito, e teria que ser, de acordo com os capítulos de sua Carta. O que impediu foi um pequeno artigo, que só permite que atitudes sejam tomadas com a concordância dos 5 Estados membros permanentes. É claro que os EUA não votariam contra si mesmos. Todavia, deveria ser questionado o que aconteceria se os fatos fossem o contrário. Se a vítima do atentado fosse o Afeganistão ou o Iraque, e se depois eles invadissem o país de Bush (o presidente naquela época). Certamente o contexto seria diferente.
Nos dias de hoje, está sendo construído, no local das Torres Gêmeas, um novo complexo, com cinco torres, e uma delas, a Freedom Tower, será maior que as torres destruídas no dia 11 de Setembro. Nesta obra serão encontrados o Memorial e o Museu do atentado terrorista. Mas onde está o memorial para os cidadãos mortos em seu país, após a invasão em nome do combate ao terrorismo? Onde está a homenagem aos islâmicos que sofreram pela inconseqüência de terroristas e de seus governantes? Quem lembrará, ou se quer saberá, o nome dos civis mortos que foram fotografados junto com, e pelos militares, como se fossem troféus? Este é só o começo de uma lista de situações onde é notado que alguns Estados são vistos como mais importantes que outros, assim como o seu povo.
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