O delegado Márcio Adriano Anselmo explicou, nesta segunda (3), que o ex-ministro da Casa Civil recebeu propinas do esquema de corrupção na Petrobras por diversos meios. Um dos principais meios de pagamento seria a empresa JD Consultoria que, de acordo com o investigador, não teria condições técnicas para executar os serviços oferecidos. “Eles só tinham um funcionário com formação superior e mesmo ele não tinha condições de fazer as consultorias que eles ofereciam”, explicou. Durante a coletiva, realizada na Superintendência da PF em Curitiba, os responsáveis pela Operação Lava Jato explicaram que os mandados cumpridos na 17ª fase se referem a outros contratos de serviços feitos com a Petrobras, que não envolvem apenas as empreiteiras já investigadas. Seriam prestadoras de serviços que, para garantir os negócios com a estatal, teriam entregue propinas pagas em dinheiro em espécie não só na JD como por meio de pagamento de obras em imóveis de Dirceu. A estrutura identificada pela fase Pixuleco envolve pagadores, recebedores, laranjas e até um jornalista “de um site de notícias conhecido”. Durante a coletiva, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que o ex-ministro José Dirceu, na Petrobras, "repetiu o esquema do mensalão" mesmo enquanto estava preso. Durante sua detenção, segundo o procurador, o irmão do ministro era responsável por visitar as empresas para pedir dinheiro. "A responsabilidade do José Dirceu é evidentemente, aqui, como beneficiário, de maneira pessoal, não mais de maneira partidária, enriquecendo pessoalmente", disse Santos Lima. Foi feito o bloqueio de bens de cerca de R$ 20 milhões dos envolvidos na nova fase. Segundo Anselmo, ainda não há uma estimativa de quanto foi desviado até então, já que os valores variavam de acordo com o contrato. Entre os pagamentos investigados, estão as supostas consultorias realizadas pela JD a quase todas as empresas já investigadas, como Carmargo Correia, UTC, OAS e Engevix.