O presidente do Senado, Renan Calheiros,  defendeu a recriação do Ministério da Cultura, em entrevista a  jornalistas nesta quarta-feira (18). Ele relatou conversa mantida com o  presidente interino da República, Michel Temer, na qual sugeriu que a  recriação do ministério seja feita por emenda à Medida Provisória  726/2016, que trata da reforma ministerial do novo governo.
— Ele ficou de refletir. O importante era que contássemos com a  simpatia do presidente para a recriação, para não haver retrocesso no  Ministério da Cultura como definidor de políticas públicas — relatou.
Para Renan Calheiros, o ministério tem pequena participação no  Orçamento da União, e sua recriação não irá “quebrar o Brasil”, mas sua  transformação em secretaria terá forte impacto negativo para o país.  Primeira medida provisória editada pelo governo interino, a MP 726/2016 reduziu de 32 para 23 o número de ministérios, sendo a Cultura uma das pastas extintas.
Como a MP já tramita no Congresso, Renan Calheiros se comprometeu a  trabalhar pela recriação do Ministério da Cultura por meio de emenda  parlamentar.
— Essa mudança pode ser feita no Congresso Nacional e eu me  comprometo a conduzir o processo, como presidente do Congresso. Eu acho  que extinguir o ministério, transformá-lo em secretaria, pode significar  um retrocesso para esse segmento, que é fundamental, é estratégico —  afirmou.
Meta fiscal
Renan informou ainda que o Congresso deverá decidir na próxima semana  sobre a alteração da meta fiscal, que está no Projeto de Lei do  Congresso Nacional (PLN) 1/2016 e tramita na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O projeto prevê alterar  a meta de resultado primário de 2016, que sai de superávit de R$ 24  bilhões para déficit de até R$ 96,7 bilhões.
— Vamos convocar sessão do Congresso Nacional para terça-feira, pela  manhã, e, se for necessário, vamos levar essa sessão até o fim da semana  para concluirmos a votação com relação à redução da meta.
Questionado sobre o fato de a CMO ainda não ter deliberado sobre o  projeto, Renan disse que, frente à urgência da matéria e havendo  concordância dos líderes partidários, poderá levar a votação diretamente  para o Plenário do Congresso.
— Eu soube, em conversa com o ministro Romero Jucá, que o déficit já  passa de R$ 160 bilhões. Esse é um argumento definitivo para que  possamos votar a redução da meta de forma urgente — completou.
Prioridades
O presidente do Senado informou que se reunirá nesta quinta-feira  (19) com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e, nos próximos dias,  falará com os líderes partidários para definir as prioridades de  votação.
— Esperamos que nos próximos dias, com a indicação do líder do  governo, possamos fazer uma reunião de líderes para que a gente possa  novamente construir uma agenda de reformas estruturantes para o país.
                (Fonte: Agência Senado)