O comando do PMDB afirmou nesta sexta-feira (17), por meio de nota, que um possível rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff só pode ocorrer depois de a sigla consultar sua executiva nacional, seu conselho político e seu diretório nacional. Ainda não há previsão de quando a legenda fará a consulta à cúpula peemedebista.
Nesta sexta, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou seu rompimento político com a gestão petista. Segundo Cunha, a partir de agora ele passará a integrar as fileiras de oposição. "Eu, formalmente, estou rompido com o governo. Politicamente estou rompido", enfatizou Cunha em coletiva de imprensa no salão verde da Câmara.
No comunicado divulgado após o anuncio de Cunha, a direção do PMDB ressaltou que a decisão do presidente da Câmara é “pessoal”.
“A manifestação de hoje do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB", diz trecho do comunicado.
Nesta quinta (16), o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo relatou à Justiça Federal do Paraná que Cunha lhe pediu propina de US$ 5 milhões. Nesta sexta (17), o peemedebista acusou o Planalto e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de terem atuado para que o delator o acusasse. Ele também anunciou que passará a fazer parte da oposição ao governo Dilma.
O presidente da Câmara foi questionado, em entrevista coletiva, se o vice-presidente da República, Michel Temer, também deixaria o governo. Ele respondeu que Temer não poderia fazer isso porque "foi eleito" na chapa de Dilma. Cunha destacou, porém, que fará um pedido no próximo congresso do PMDB para que o partido abandone a aliança com o PT antes de 2018.
"Eu, formalmente, estou rompido com o governo. Politicamente estou rompido. [...] Vou pedir no próximo congresso do partido para que rompa com o governo", afirmou. Temer se encontra em situação delicada diante da crise entre Planalto e o presidente da Câmara, já que acumula as funções de vice-presidente da República, presidente do PMDB e articulador político do governo com o Congresso Nacional.
Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria do PMDB:
Nota à imprensa
A manifestação de hoje do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB. Entretanto, a Presidência do PMDB esclarece que toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional.
Assessoria de Imprensa do PMDB
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