O Sonhador
Mundão

O Sonhador


Existem pessoas que não sonham.Parece que só conseguem viver dentro daquilo que lhes chega pelos sentidos, sendo estes somente cinco. Quando dormem apagam e se obscurecem até que o alarme do relógio as ponha de pé outra vez.
Mas para dar alegria ao mundo e a vida existe pessoas que sonham, aliás,  fazem-no  até demais.

Sandro era destes.O seu mundo era quase todo aquilo que não existia.Desde pequeno sua mãe lhe notava certa tendência ao devaneio, embora, nunca lhe fizera qualquer comentário de reproche, antes, até sentia uma vaga luz de alegria se acender dentro de si, quando via o seu menino no quintal imaginando-se uma garça ou um helicóptero.Coisas de criança, dizia a velha a si mesma.

A infância foi vivida em relativa abstração.Ora, gritava na rua dizendo ser um touro indomável-brincadeira preocupante pois o menino acabou por chifrar um carro de luxo que passava nos arredores em que morava- ora ficava quietinho sem falar nem dar atenção a ninguém.

O problema começou na escola. Sempre na escola começam os problemas. Sandro tinha muitas dificuldades de entender as matérias que lhe ensinavam.Não via muito sentido em números, nem em geometria, nem em história, nem em português nem em nada.

Para os colegas era motivo de chacota, porque, embora, quieto e franzino Sandro era igualmente bastante feio. Ao que veio, até que com razão, a alcunha de monstrengo. Bastava o garoto se mexer alguém já soltava: "Que foi monstrengo?". No recreio até as moças da cantina lhe tiravam sarro:"Coxinha ou bolinho de bacalhau, monstrengo?" E um dia o pai que havia voltado para casa um tanto alcoolizado, na mesa de jantar, acaba por soltar em tom interrogativo:"Cadê o.... Monstrengo?"ao que a mãe o repreendeu fortemente já que o menino estava adentrando a cozinha. Sandro ouvira mas como estava sonhando ser um surdo fingiu não ter notado o deslize do pai. De modo que, o rapaz foi crescendo ao redor de todo esse ambiente hostil que lhe cercava sem contudo se deixar influenciar por ele.Sonhava.

No íntimo, no entanto, poucas pessoas sabiam o que lhe passava. Natural já que o interior das pessoas não é um canto muito devassável, sobretudo, quando a parte externa não colabora muito para uma boa aferição sobre se o que vai por dentro é bom ou ruim.  A relação lógica mais direta a que todos,inclusive nós,estamos inclinados a fazer é deduzir que a feiura de fora fosse um desdobramento da feiura de dentro.Uma vez que é assim que se dá com todas as coisas.Uma laranja podre será podre tanto por fora quanto por dentro e estando podre por fora deduz-se que dentro já lhe vai estragado há um bom tempo. Nesta conclusão não estávamos equivocados.

O menino com efeito, ia carregando uns pensamentos sombrios e sádicos,quando olhava para qualquer pessoa que o tratasse pelo epíteto de monstrengo.Nínguém podia suportar tanto reproche e tanta velhacaria sem desenvolver alguns impulsos de insanidade e loucura.Sonhava.E assim foi...

Um dia, a garota mais bonita da escola, esbelta e desejada de todos, resolveu investir no monstro. Ela tinha assistido a bela e a fera e sentiu vontade de fazer da vida um desenho animado para testar a hipótese de que a arte reflete a vida ou vice-versa não sabia ao certo. Contara seu plano de beijar o monstrengo no horário de intervalo para alguns dos meninos arteiros da classe ao que todos a olharam com olhos de nojo e reprovação. Teve um que chegou a xingá-la de raiva; outro apenas lhe perguntou:"Tá louca?"A garota (Jéssica era o seu nome)explicou que queria apenas humilhar o Sandro na frente do colégio inteiro dado que era muito feio,um horrível animal diabólico,torto e asqueroso.Um diabo, para ser sintética, resumia.

Tudo acertado, o sino do intervalo soou: TRIM, TRIM, TRIM, TRIM. Pouco tempo depois o pátio estava lotado de crianças que gritavam , brincavam, conversavam e enfim eram crianças.Na fila do lanche Jéssica se posicionara justamente atrás de Sandro para no momento específico lhe agarrar e beijar para sentir a reação do garoto. Oportunamente, ao virar do menino com o lanche na mão e impossibilitado de usá-las,Jéssica pespega-lhe um beijo bem na boca. O menino perde o equilíbrio e desmaia.

O menino acorda com os ouvidos doendo de tanta gritaria.O pátio inteiro ria dele.Uns chamavam-lhe nomes feios;outros xingavam de leve, mas a maioria esmagadora era só risadas,gargalhadas,choros de felicidade,uma miríade de caras com olhos esbugalhados de tanto rir foi o que o monstro viu ao acordar.

Não se recompôs.Ficou ali,no chão,deitado e olhando para o céu que corria lá em cima com nuvens um tanto escurecidas e ouvindo os gritos insandecidos de seus amigos de colégio.Sorveu cada sensação, cada gemido, sugou com o nariz, a boca, os olhos todos as possíveis manifestações de alegria. Disse baixinho para si mesmo:"Chega de sonhar, Sandro!!!"Súbito,lembrou-se que exatamente na noite anterior, havia como que antecipando o acontecimento, colocado em sua mochila a faca que sua mão usava para decepar os alimentos para o jantar. Era um instrumento pontiagudo e brilhante uma das melhores facas que sua mãe possuía.

Levantou-se e com muito custo foi a banheiro se limpar já que o suco lhe havia caído na roupa branca do uniforme de sorte a deixar tudo com cor e cheiro de laranja.

Na sala, ao entrar foi um riso só. A professora teve que gritar para botar a classe em ordem. Jéssica estava sentada ao seu lado, como se quisesse com isso a possibilidade de apreciar melhor o que fizera com o rapaz. Sandro antes de se sentar ainda olhou de soslaio para a garota que agora tampava a boca com as mãos para segurar o riso.

Cinco minutos depois, a sala já em silêncio e atenta na aula.Ouve-se um grito.As atenções se dirigem para Sandro que segura trêmulamente uma faca afiadíssima na mão e aponta para Jéssica.A garota empalidece na primeira oportunidade. O monstro aproxima a faca do olho da garota e enfia-lhe a ponta inteira dentro dos olhos azuis da garota que passa a gemer de medo.O sangue escorre do olho esquerdo da garota.O restante da sala se afasta e agora encontram-se todos atrás da professora que tenta sem sucesso proteger um número muito grande de meninos e meninas que tensos de pavor, respiram compulsivamente ao ver o monstro fatiar a garota. Depois do olho, o monstrengo passou para a boca, tinha que fazer um trabalho considerável, dada a simbologia da boca. Fora aquela boca que o fizera passar por tudo aquilo no intervalo. Segurou a menina pelo queixo com a mão esquerda como muitas vezes se faz para brincar com outras pessoas. Fazer boca de peixinho como todos dizem. Fez a garota fazer boca de peixinho e em um movimento brusco enfiou a faca inteira dentro da boca da garota, balançando as lâminas por todos os lados. E gritando psicopatamente:"Ahhh que cheiro de Larana; Ahhh que cheiro de laranja..."Quando retirou a lâmina da boca da garota está começou a cuspir sangue e a entrar em estado de convulsão.O sangue cobria a cadeira,o cadermo,todo o material da garota, inclusive seu uniforme. Satisfeito o seu apetite por sangue, liberadas todas as amarras internas que durante toda a sua vida havia concentrado se voltou para a professora e os alunos.

Estava enfurecido,seus olhos estavam tão brilhantes de raiva que as pessoas ficaram perplexas, os meninos gritavam, as garotas choravam atrás da professora e essa mesma pedia para Sandro se acalmar.Tudo inútil.

Sandro não existia mais, seus pensamentos eram mais turvos e violentos; sua pulsação cardíaca era altíssima quando, num átimo, decide irromper para cima do restante da classe ouve um barulho violentíssimo na porta.

Sua mãe entra nervosa dizendo:
-Acorda,Sandro,deixa de ficar aí sonhando estes teus sonhos bestas e vai para o colégio....
-Anda,desgraçado!!!




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