Na delegacia já se mostrava um beberrão,petulante,mal educado,de umas ações pirracentas e que na profundidade guardavam uma forte intenção de criança mimada. Subitamente,gritava para chamar a atenção como se quisesse dizer aos policiais: “Vocês estão me ouvindo?”. “Escutaram o que eu disse?”. “Ei,vocês,eu estou falando como vocês!!!”. Sentado no banco e com os braços presos por algemas junto a um ferro que saía da parede e que fora projetado para que aguardassem ali aqueles seres abjetos trazidos à cadeia por baderna ou mal comportamento público,refletia sobre flashes de sua vida desde a infância à idade adulta. “Que porcaria eu fiz desta vez...” disse baixinho entre dentes.Por entre os pensamentos ébrios de sua embriaguez vinha a imagem da filha Midoo que o aguardava ansiosa ainda sem saber o porquê. “O que foi que eu fiz?” “Meu nome que significa aquele que se dá bem com os outros hoje parece não querer ser o que significa”. “Porque hoje eu não estou conseguindo me dar bem com as pessoas?”. O peso na bexiga o faz querer urinar.Olha para os guardas que estão ocupados em seus afazeres noturnos(B.O,ferimentos de facas em restaurante,assaltos à lojas de conveniência e coisas do gênero) e levanta abrindo o zíper da calça e começa a mixar na lata de lixo do departamento policial. “Ei,ei,ei, o que está fazendo?”gritam os policiais correndo e impedindo o infeliz de realizar o seu ato impróprio.Enfezado,o homem berra,geme,relincha,deita no chão da delegacia e dá um show esperneando com as pernas para o ar,dá coice nas pernas e nas canelas dos guardas que usando da força física o colocam de novo no banco.
“Ei,vejam isso!!” o bêbado mostra uma asinha de anjo presa às costas por duas alças que comprara para sua filha.Em movimentos com os ombros tenta voar,debalde,vê que são pequenas para erguer seu corpo imundo. “Ainda não veio ninguém aqui para me tirar?”Oh Dae Su pensa com a cabeça enfiada entre as pernas. “Que diabo” nova companhia três jovens com cara de mal são colocados no mesmo banco com Oh Dae Su. “Ah,não mais essa agora!” resolve ficar quieto para não incomodar os mais fortes com as usas criancices. “Ele não vai mais causar problemas” pedia desculpas o amigo de Oh dae su . “Quando eu bebo eu viro um arruaceiro”
“Docinho,docinho,papai comprou um presente para você,viu?”.“Alô,docinho?” dentro da cabine telefônica Oh Dae su falava com sua filha.Após essa breve conversa desaparece por quinze anos sem nenhum motivo aparente.
Quem olhar a história de Oh dae su pela superfície acabara por lhe dar razão e se compadecera de sua condição de isolamento injusto por quinze anos.No começo desta estória ele está certo de sentir a raiva que lhe perpassa o sangue.Sozinho em um quarto mal iluminado,com uma cama,escrivaninha,televisão e banheiro ele concebe os mais infernais planos de vingança.”Quando eu sair daqui eu vou matar você e ninguém vai encontrar o seu corpo porque eu vou comer cada pedacinho”dizia enquanto socava as paredes em que havia desenhado um corpo imaginário.Sua única alimentação era bolinhos fritos jamais esqueceria o gosto daquelas iguarias.Após quase um ano decide escrever em um caderno todas as possíveis pessoas que o haviam o colocado ali.Depois de ter enchido quase quatro volumes começou a perceber que havia magoado muita gente.
Contudo, consegue sair,súbito se vê na cobertura de um apartamento.Retoma a sua vida.Numa noite em que apreciava um belo aquário dentro do qual nadava um peixe recebe um celular de um homem.Com fome vai até um restaurante e pede um polvo.Come o animal com uma voracidade,de uma só vez enfia a cabeça do animal dentro da boca e arranca-lhe metade do corpo com uma mordida violenta.Os tentáculos do bicho lutam contra o agressor inutilmente.Com raiva Oh dae su prende as oito pernas da criatura com as mãos e tasca-lhe outra mordida que o faz desistir de uma vez por todas de tentar sobreviver.A garçonete toca em sua mão e ele desmaia com a boca cheia dos braços do polvo que davam as suas últimas palpitações.
As poucos Oh dae su com a ajuda da garçonete com quem dorme e transa, monta o quebra-cabeça do mandante de sua prisão.Na sala com o seu inimigo,reconstrói todos os seus passos e descobre que ficara preso por ter espalhado uma mentira sobre a irmã daquele.
Se vendo dono de tantos pecados Oh dae su suplica perdão.Se joga no chão,rasteja,rebola,grita que será um cachorro e abana o rabo e lambe os sapatos do outro que parado ri de satisfação de sentir o êxtase de sua vingança.Parecia dizer me espanque eu quero sofre por meus pecados,pelas minhas palavras não pensadas por todo mal que infligi.Num ato louco Oh dae su pega um tesoura que leva tremulamente até a boca e corta a própria língua e a oferece como prova de que nunca mais irá falar nada de ninguém.Estava perdoado.
A mesma raiva que leva a vingança volta depois que se está vingado.Descobrindo que a garçonete era Mi-doo sua própria filha Oh dae su,o incestuoso,pede a uma hipnose para esquecer tudo o que fez com o argumento de que embora ele não passasse de um animal ainda assim tem o direito de viver.Então,Oh dae su dança sua última valsa.A valsa da expiação.
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