O Massacre na Noruega e o avanço da extrema direita
Mundão

O Massacre na Noruega e o avanço da extrema direita


Etiane Caloy *


Extraído na íntegra do site: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/massacre+na+noruega+revela+forca+da+extrema+direita+na+europa/n1597098938242.html
“Massacre na Noruega revela força da extrema direita na Europa
Oposição à imigração, globalização e multiculturalismo cresce em grande parte do continente europeu
The New York Times | 25/07/2011 11:51

Os ataques realizados na Noruega na sexta-feira atraíram nova atenção para os extremistas de direita não apenas no país, mas em toda a Europa, onde a oposição aos imigrantes muçulmanos, à globalização, ao poder da União Europeia e à união em prol do multiculturalismo tem se mostrado uma poderosa força política e, em alguns casos, um estímulo à violência.
O sucesso de partidos populistas que apelam a um sentimento de perda de identidade nacional levou as críticas contra minorias, imigrantes e muçulmanos das salas de bate-papo na internet para a política.
Embora os partidos em geral não apoiem a violência, alguns especialistas dizem que um clima de ódio no discurso político tem incentivado indivíduos violentos.
‘Não fico surpreso com atentados como o da Noruega porque sempre existirão pessoas para as quais atitudes mais radicais são necessárias’, disse Joerg Forbrig, analista do German Marshall Fund, em Berlim, na Alemanha, que estudou as questões de extrema-direita na Europa. ‘Isso (o ataque) pode acontecer em muitos lugares e há problemas mais amplos por trás deste tipo de ação.’
Em novembro, um homem sueco foi preso na cidade de Malmo, na Suécia, em conexão com mais de uma dúzia de ataques contra imigrantes que deixaram ao menos uma vítima fatal e nunca foram resolvidos. Os ataques, nove dos quais aconteceram entre junho e outubro de 2010, pareciam ser a obra de um indivíduo isolado. Mas os Democratas Suecos de extrema direita chegaram ao Parlamento pela primeira vez em setembro do ano passado, depois de conquistarem 5,7% dos votos na eleição geral.
Os ataques também serviram para alertar os serviços de segurança da Europa e dos Estados Unidos. Concentrados em combater os terroristas islâmicos, estes serviços podem ter subestimado a ameaça dos radicais domésticos, incluindo aqueles incomodados com o que consideram ser uma influência do Islã.
Nos EUA, os ataques despertaram lembranças do atentado realizado em Oklahoma em 1995, quando o extremista de direita Timothy J. McVeigh usou uma bomba feita com fertilizantes para explodir um prédio do governo federal, deixando 168 mortos. O atentado de Oklahoma foi ofuscado pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001.
De acordo com o analista Joerg Forbrig, grupos isolados de extrema direita surgiram e desapareceram rapidamente na Europa entre as décadas de 1960 e 1990. Mas nos últimos anos as declarações de extrema-direita parecem ter perdido grande parte do tabu pós-Segunda Guerra até mesmo entre alguns partidos políticos proeminentes.
O aumento da imigração, combinado à ampla movimentação livre de pessoas dentro de uma União Europeia ampliada - como a perseguida minoria de ciganos -, ajudou a estabelecer as bases para um nacionalismo por vezes antiquado e chauvinista.
Grupos deste tipo estão ganhando força da Hungria até a Itália, mas eles são particularmente evidentes em países do norte da Europa que há muito têm tido políticas de imigração mais liberal. A chegada rápida dos refugiados, requerentes de asilo e imigrantes econômicos, muitos deles muçulmanos, levou a um recuo significativo em lugares como a Dinamarca, onde o Partido do Povo Dinamarquês tem 25 dos 179 assentos no Parlamento, e na Holanda, onde o Partido da Liberdade de Geert Wilders obteve 15,5% dos votos na eleição geral de 2010. Wilders é famoso por ter comparado o Alcorão, livro sagrado do Islã, ao ‘Minha Luta’ de Adolf Hitler.
Tanto os partidos de extrema direita dinamarqueses quanto os holandeses estão apoiando governos minoritários precários, embora não participem diretamente no comando de ministérios. Com isso, avançam em direção a uma aceitação generalizada.”

* Etiane Caloy é Doutora em História e professora do UNICURITIBA nas disciplinas de História do Brasil, Metodologia da Pesquisa e Métodos e Técnicas de Pesquisa em RI´s





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