Um dos maiores nomes em Direito Eleitoral da Bahia, o advogado Ademir Ismerim avalia o impacto das principais mudanças trazidas pela minireforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional e que aguarda apenas a sanção da presidente Dilma Rousseff, que ainda pode vetar alguns dispositivos. "Acho que a reforma agora, principalmente por parte da Câmara dos Deputados mexeu em coisas essenciais e substanciais que interessam aos candidatos", aponta. Entre os pontos alterados, está o prazo de filiação, que abrirá uma janela partidária em 2016, quando ocorrem as eleições municipais. "Aqui em Salvador, inclusive, tem um caminhão de gente. Se Salvador está assim, imagine no interior? Está uma migração terrível", afirma ele, que afirma ter recebido diversas consultas. Um dos pontos que vê como interessante, trazidos pela reforma, é a possibilidade de "exposição antecipada" dos pré-candidatos. "Eu acho que eleição tem que ter debate, precisa que o eleitor, ao ir à urna, não fique na cabeça dele o candidato que tem a propaganda mais bonita, que tem o melhor marqueteiro, que fique botando baiana para remexer. Ele tem que ir lá e saber exatamente quais são as propostas", defende. Já a restrição de propaganda para partidos que tem menos de nove deputados na Câmara pode ser, para ele, motivo de questionamento judicial após a sanção presidencial. "É tipo assim: vamos tirar o Psol desse debate. Aí você faz uma lei... Vamos tirar, sei lá, o PMN, o PTC, esses partidos que tem poucos. Então eu acho que é uma coisa meio que feita de encomenda", afirma. Leia aqui a entrevista na íntegra com o advogado Ademir Ismerim.