Inimigos da liberdade
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Inimigos da liberdade



Por Luiza Marie Ravedutti

Desde os anos 50, o termo Guerra ao Terror sempre foi pauta para os EUA. Terror ao socialismo, terror à crise econômica, terror à influência da revolução cubana, terror ao terrorismo. Através de sua grande influência mundial, os Estados Unidos possuem o dom de esconder embaixo do tapete todos os combates já realizados em prol de seus interesses. Bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki, financiamento de ditaduras em prol do capitalismo, ocupações como no Haiti, invasões como no Panamá, entre muitos outros fatos. Durante o mês de setembro, investiram fortemente na mídia, com noticiários, matérias e documentários para que o mundo não esquecesse o grande sofrimento dos americanos provocado pelo ataque às Torres Gêmeas que caíram em pedaçinhos e mais de 2.600 pessoas morreram. Uma tragédia, claro.
Porém, voltemos 38 anos na data de 11 de setembro de 1973, também uma terça-feira como a que tivemos em 2001. Quando outro ataque no continente americano ocorreu, mas nesta Guerra ao Terror o número de vítimas foi maior e a causa foi outra. Foram 30 mil mortos e o motivo era o terror ao sucesso do socialismo, à sociedade unida em prol do povo e não do capital. Sendo assim, o secretário norte americano Henry Kissinger apoiou e investiu em um golpe militar no primeiro país que democraticamente elegeu uma presidência socialista.

Aliado ao general Pinochet, grupos neofascistas e com 10 milhões de dólares, o exército americano com seus bombardeios e mais bombardeios fizeram de Santiago um verdadeiro inferno. Salvador Allende, eleito em setembro de 1970 pelos chilenos, era o alvo principal dos ataques.

Após bombardearem fábricas, estações elétricas e de comunicação, no tão falado 11 de setembro atingiram o Palácio La Moneda onde o presidente e seus ministros estavam. Sua morte já era prevista pelo próprio Allende que declarou em seu último discurso (segue fragmentos): “Colocado en un transito histórico, pagaré con mi vida la lealtad lel pueblo. Y lês digo que tengo certeza que la semilla que entregáramos a la conciencia digna de miles y miles de chilenos no poderá ser cegada definitivamente. (...) Pero no se detienen los processos sociales ni con el crímen, ni con la fuerza. (...) La historia los juzgará.” Com traições e conspirações, o sonho chileno acabou em campos de tortura, perseguições e muito sofrimento. Devemos mensurar o tamanho destas tragédias? E se pensarmos sobre os reais objetivos que os Estados Unidos possuem ao instigar tanto caos em territórios alheios e também em sua própria terra? Teorias e informações nos dão argumentos suficientes para acreditarmos que os Estados Unidos não deram o melhor de si e de seu super sistema de segurança para evitar o ataque às Torres Gêmeas.

Na altura do campeonato é óbvio que a Guerra no Iraque e no Afeganistão já deixaram de ser uma vingança americana, com duração de uma década; com instituições privadas sustentando os militares (reconstrução e apoio aos militares US$ 13 milhões, empresa Halliburton); com mais de 900 mil assassinados. Se a questão fosse vingar a morte dos 2.600 americanos no WTC, a conta de soldados americanos mortos na Guerra ao Terrorismo já passou de 6.200. Esses números fazem algum sentido?

Após o ataque de 2001, Bush declarou “Em 11 de setembro, inimigos da liberdade cometeram um ato de guerra contra o nosso país e, à noite, o mundo era outro, um mundo onde a própria liberdade estava sendo atacada.” Espero não ser a única que sente total ironia nestas palavras.

Fontes:
“Iraque à venda, lucros da guerra” Robert Greenwald “11 de setembro” Ken Loach “11 de setembro Olvidado” – Discurso de Allende 
Fundação Lauro Campos – Socialismo e Liberdade 911truth.org Portal Vermelho  

Luiza Marie Ravedutti e estudante do quarto período do curso de relações internacionais no Unicuritiba.



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