
                         Foto: Adriana Justi / G1        
        
     
As investigações que resultaram na deflagração da 30ª fase  da Operação Lava Jato nesta terça-feira (24), batizada de “Operação  Vício”, atuam desta vez no setor de compras da Petrobras, mas  especificamente na área de tubulações. Duas empresas estavam envolvidas,  a Apolo Tubulars e a Confab. De acordo com o procurador Roberson  Pozzebon, partiu das duas empresas a iniciativa de buscar os operadores  financeiros Júlio Camargo e Fernando Soares visando conseguir firmar  contratos com a estatal. No caso da Apolo, o intermediário para  conseguir auxílio para conseguir firmar os contratos foi Júlio Camargo,  junto ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. Os contratos  resultaram no pagamento de aproximadamente R$ 6,7 milhões – desse  montante, 25% foi pago ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e seu  irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o equivalente a R$ 1,675  milhão. Já a Cofag estabeleceu contato com Duque, em 2006, para que o  executivo mantivesse as políticas de conteúdo nacional da Petrobras, que  favoreceram a contratação da empresa. Os dois presos desta fase,  Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, sócios  da Credencial Construtora, começam a participar deste esquema a partir  do momento em que os pagamentos começaram a ser “represados” por Júlio  Camargo. Luiz Eduardo indicou, como alternativa, a Credencial, com a  qual foram firmados contratos falsos com a JD Consultoria, empresa de  Dirceur, para permitir os repasses. De acordo com Pozzebon, são vários  os indícios de que a Credencial funcionava como empresa de fachada: o  recebimento de mais de R$ 30 milhões sem a prestação dos serviços que  são seu objeto, construção de rodovias, ferrovias, terraplenagem e  outros serviços.  A sede da empresa também ainda fica, após dez anos, na  residência de um dos sócios;  a companhia nunca declarou funcionários  ou contratou terceirizados, e mudou de objeto social diversas vezes ao  longo do seu período de existência. Uma terceira empresa do mesmo ramo  da Apolo e Confab é investigada, mas ainda não foi alvo de mandados: a  V&M do Brasil. A empresa, que tem contratos com a Petrobras que  somam R$ 48 milhões, realizou pagamentos para a Interoil Representação  entre 2012 e 2013. A empresa, por sua vez, repassou os valores, que  totalizam R$ 1,2 milhão, para o escritório de advocacia Rocha e Maia. O  escritório fecha o ciclo com pagamentos à JD Consultoria. O outro  procedimento realizado nesta terça-feira (24), durante a 30ª fase da  Operação Lava Jato, está relacionada à investigação de propinas  referentes à contratação de navios-sonda na Petrobras. Um dos alvos de  mandado de condução coercitiva, o ex-executivo da Área Internacional da  estatal, Demarco Epifânio, não foi detido para esclarecimentos, por  estar fora do país. 
(Informações Bahia noticias)