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ANGOLA: OS QUINZE DIAS DE CAMPANHA ELEITORAL
ANGOLA: OS QUINZE DIAS DE CAMPANHA ELEITORAL
Por: Belarmino Van-Dúnem
Os processos eleitorais são momentos marcantes para os cidadãos de qualquer país. Tudo começa com o registo e actualização dos eleitorais com capacidade de voto, procurando garantir que todos os cidadãos nacionais estejam em condições de exercer o direito de eleger e serem eleitos. Tanto para a Assembleia Nacional como para o exercício da mais alta magistratura da Nação, a Presidência da República.
Relativa a actualização e o registo dos eleitores, o processo em Angola foi exemplar. Houve abrangência, flexibilidade e adaptação a realidade nacional. Não existiram exclusões, o processo teve duas fases, os agentes da Comissão Nacional Eleitoral foram ao encontro dos eleitores e só não registou-se quem não quis ou por razões pessoais de força maior.
O Tribunal Constitucional tem a responsabilidade de apurar se os partidos políticos e coligações de partidos políticos candidatos as eleições reúnem os requisitos exigidos por lei. Sob esse aspecto também houve um trabalho exemplar. No tempo estipulado pela lei, os 29 partidos e coligações que submeteram os respectivos processos ficaram a saber que só 9 conseguiram reunir as condições para concorrer nas eleições de 2012.
O pleito eleitoral do próximo dia 31 de Agosto permitirá aos angolanos eleger os deputados a Assembleia Nacional, o Presidente da República e o Vice-Presidente, o cabeça de lista e o número dois dos partidos e coligações de partidos apurados pelo Tribunal Constitucional.
No princípio do mês de Agosto, as expectativas foram muitas, por parte dos cidadãos nacionais e da comunidade internacional de forma geral. Tendo em conta a experiência de 2008, qual seria o desempenho dos partidos políticos e das coligações durante o período reservado a campanha eleitoral.
Na verdade, depois de quinze dias, as movimentações são comedidas. As propostas alternativas não existem e todos os partidos e coligações têm optado por centrar a sua campanha com criticas ao MPLA, esquecendo de apresentar as suas próprias politicas para o país. Esse facto só pode ser interpretado de duas formas, ou não têm propostas novas ou existe uma dificuldade em apresenta-las ao público.
Os programas não têm chegado ao eleitor. Os tempos de antena na comunicação social estão ser mal aproveitados, não há criatividade e as mensagens têm sido pouco apelativas, para não falar de alguns partidos e coligações que passam os cinco minutos que lhes é de direito por força da lei com música, seguida com um discurso monótono do cabeça de lista.
Os cartazes apelando ao voto no partido ou coligação também vão aparecendo a conta gota. Mas existe uma certeza, os cidadãos angolanos com capacidade de voto irão ocorrer às assembleias de voto para eleger os dirigentes que melhor garantem a continuidade do desenvolvimento actual com o compromisso de melhorar o que já foi feito.
Faltam menos de quinze dias para o “dia D”, mas a maior parte dos partidos e coligações ainda se encontra na letargia a espera de inspiração, alguns já se resignaram e pedem ao eleitor apenas uma presença no parlamento. O vértice da decisão está no povo que sabe o que é melhor para si. Como diz o velho ditado “a voz do povo é a voz de deus”!
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