A IMAGEM INTERNACIONAL DO BRASIL COMO POTÊNCIA MÉDIA: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA NO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995 – 2002)
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A IMAGEM INTERNACIONAL DO BRASIL COMO POTÊNCIA MÉDIA: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA NO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995 – 2002)



Tiago Kaniak


A construção do Brasil como potência média se evidência no governo Cardoso através de diversas posturas adotadas, a partir da abertura de seu mercado para investimento do capital estrangeiro, reestruturação de sua economia doméstica, maior participação em fóruns multilaterais e adoção de políticas neoliberais. Sendo assim o Brasil na década de 1990 estabeleceu o seu papel de potência média e conquistou o seu reconhecimento no cenário internacional, apoiando-se na consolidação de sua democracia com uma economia de mercado fortalecido, e na sua inserção internacional com uma projeção de política externa de potência média.
Uma abordagem feita por Ricardo Sennes, no qual ele discorre sobre o conceito de potência média, indicando que o posicionamento do Brasil na década de 1980 e 1990, pode ser verificado como um Estado atuante na polarização da ordem mundial. O Brasil ao longo dos anos passou a construir a sua imagem de potência média, fundamentando-se como uma política de soft power, desempenhando um papel de intermediador no contexto internacional. Uma vez sendo reconhecido internacionalmente como potência média, o Brasil busca fortalecer cada vez mais este seu foco, sendo uma ponte entre Estados avançados e atrasados.
Adotando uma postura de reconhecimento internacional de potência média, o Brasil passa a auxiliar os Estados Unidos em questões de segurança no hemisfério sul. Assumindo tal postura, o governo brasileiro procura aumentar sua participação nas organizações multilaterais da região, dessa forma o Brasil passa a articular seus interesses geopolíticos com os seus econômicos.
A nova atuação internacional do país iniciou uma estratégia que buscava aproximar o Brasil dos países do Primeiro Mundo (centro), onde tais atuações decorreriam em novos aspectos globais, influenciando a busca por diversificações de novos parceiros comerciais e uma maior participação em quesitos relacionados as questões mundiais. Pode-se notar que através de uma estratégia que buscava autonomia de integração, o Brasil passa a estabelecer a sua politica externa por ideias neoliberais, se valendo de sua inserção aos regimes de comércio de segurança internacional, juntamente com sua participação de cooperação nos foros internacionais. Podemos afirmar que durante os dois mandatos de FHC, houve um reforço do posicionamento brasileiro perante os Estados que seguem os valores avaliados como universais, aprimorando assim a importância internacional do Brasil.
Durante o período de 1995 a 2002 o Brasil passou a ser visto como um país confiável, não somente em pretexto ao seu respeito as doutrinas internacionais, mas também com um caráter pacifista e não expansionista, onde conta com um passado de solução de conflitos de maneira diplomática, possui uma estabilidade econômica que conquistou através de suas reformas neoliberais e firmado com sua democracia e economia aberta de mercado.
Ao longo do governo Cardoso, nota-se constantes declarações brasileiras de potência média, onde o Brasil se vê cada vez mais defensor dos preceitos e normas estabelecidos pela sociedade, envolvido incondicionalmente com a democracia, reformas liberais, e também como auxiliador e agente do sistema multilateral de comércio. O Brasil no governo Cardoso perante seus representantes oficiais passa a ser um Estado preparado a encarar suas provocações domésticas e internacionais, onde o conceito de potência média do Brasil no governo Cardoso passa a ser ilustrada a partir da potencialidade econômica do país, da continuidade com a democracia e outros princípios liberais, sendo o tema da reforma do Conselho de Segurança da ONU bastante pontuado em seus discursos.
A projeção da imagem internacional do Brasil como potência média pode ser percebida tendo como ponto de partida seu discurso de firmação e fortalecimento do regime democrático e prática visível de uma economia de mercado com os padrões neoliberais.
Em síntese, a imagem internacional do Brasil de potência média pode ser entendida propriamente quando o próprio conceito de potência média passa a ser percebido da óptica de seus formuladores de política externa, levando em consideração a sua estrutura e seus valores.


Tiago Kaniak é formado em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba). 



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