A estratégia dos partidos políticos de lançar candidatos famosos, com  capacidade de atrair muitos votos e levar vários parlamentares da  legenda para o Congresso, pode acabar sendo um tiro no pé se o  concorrente estiver ameaçado pela Lei da Ficha Limpa.
 Isso porque os votos direcionados aos candidatos que estiverem com  pendência judicial serão contingenciados e podem ser considerados nulos  se o político não conseguir o registro eleitoral.
 É o caso do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que quer renovar seu mandato na Câmara, mas teve o registro da candidatura barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele foi condenado, por 4 votos a  3, pelos crimes de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e  lesão ao patrimônio público.
   Mesmo assim, Maluf mantém a campanha e recorreu ao próprio TSE para  garantir o direito de disputar as eleições. A Corte ainda vai julgá-lo,  mas o vice-procurador geral eleitoral, Eugênio Aragão, emitiu parecer  contrário ao deputado federal e recomendou a rejeição da candidatura.  
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 De acordo com o advogado especialista em Direito Eleitoral Luciano  Santos, a expectativa é de que todos os recursos sejam julgados até  dezembro, antes da diplomação dos candidatos eleitos. Por isso, mesmo  que os candidatos inelegíveis recebam votos suficientes para assumir uma  cadeira no Congresso, eles podem ficar impedidos de tomar posse.
 — Mesmo tendo sido eleitos, se os registros não forem deferidos, eles  não tomarão posse e os votos que receberam serão anulados. Porque, se os  votos fossem mantidos, isso beneficiaria o partido. Quem tem o registro  indeferido, os votos ficam separados, aguardando o julgamento do  processo, mas não são contabilizados.
 Sistema proporcional de votos
  Para se eleger deputado não basta o candidato receber o maior número de  votos. É preciso que o partido do político esteja entre os mais  votados. Depois, dentro da coligação, assumem os políticos com mais  votos, de acordo com o número de vagas a que a legenda tiver direito.
 É devido a esse sistema proporcional que os partidos escolhem  personagens famosos, para conseguir um grande número de votos para a  agremiação e conseguir levar, junto com a celebridade, mais candidatos  da legenda.
 Para combater essa prática em caso de puxadores de votos com a ficha  suja, a legislação impede que os votos que eles receberem sejam  computados. O advogado Luciano Santos, que faz parte do MCCE (Movimento  de Combate à Corrupção Eleitoral), avalia que essa medida impede que um  candidato condenado seja usado nas eleições apenas para garantir uma  bancada maior de seu partido no Congresso.
 — Se não fosse assim, seria um artifício usado pelos partidos: usar um  candidato ficha suja para conseguir muitos votos e depois puxar algum  deputado.
 Contra a lei
 Mas, a Lei da Ficha Limpa não é unanimidade. O cientista político da  UnB (Universidade de Brasília) Antônio Flávio Testa não concorda que os  votos recebidos por candidatos com a ficha suja sejam anulados.  Para  ele, a legislação é antidemocrática porque mata a vontade do eleitor.
 — Eu jamais votaria em qualquer candidato com pendência na Justiça.  Mas, tem gente que vota, tem milhares de pessoas que votariam. Ela [a  lei da Ficha Limpa] veio para favorecer uma eleição e agora está virando  uma caças às bruxas. Do ponto de vista do direito, da pessoa votar e  escolher seu candidato, eu acho isso um absurdo.
 Para o especialista, existem leis no Código Penal e no Código Civil  para punir a improbidade administrativa e elas é que deveriam ser  usadas. Segundo Testa, um cidadão condenado não deveria pode ser  candidatar, mas, uma vez candidato, deve ter o direito de concorrer.
 — Deixam os caras se registrarem, se candidatarem, e vem a ficha limpa e  cassa. Tira toda a dinâmica do processo eleitoral. Essa lógica visa  depurar o sistema, mas isso vai levar mais algumas eleições. Nesse  período muita gente fica de fora e muitos eleitores ficam insatisfeitos.  Eu gostaria que os brasileiros fossem mais espertos, mas inteligentes  na hora de votar e nós não precisássemos de uma lei da Ficha Limpa.
 Substituída pelo filho
 Se em São Paulo o PP decidiu arriscar e manter Maluf na disputa  eleitoral, mesmo com o risco de perder todos os votos que forem  direcionados para o candidato, em Brasília o PMN desistiu da candidatura  da deputada Jaqueline Roriz, que tentava renovar o mandato na Câmara  mesmo condenada por improbidade administrativa pelo TJDF (Tribunal de  Justiça do Distrito Federal).
 Jaqueline é filha do ex-governador Joaquim Roriz e foi considerada  culpada das acusações de participar do suposto esquema de corrupção no  GDF (Governo do Distrito Federal) conhecido como mensalão do DEM.
 Depois de perder a briga na Justiça eleitoral, ele desistiu da  candidatura e agora apoia o filho dela, Joaquim Roriz Neto, para  concorrer a uma vaga de deputado federal.
(Fonte R7) 
  
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