O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, um dos delatores da  Operação Lava Jato, disse que repassou propina para mais de 20 políticos  de vários partidos. As declarações de Machado estão nos depoimentos de  delação premiada tomados pela força-tarefa de investigadores da Operação  Lava Jato, que foram tornados públicos hoje (15), após decisão do  ministro Teori Zavascki, por meio da decisão que retirou o sigilo das  oitivas.
Em um trecho do depoimento, de mais de 400 páginas, Machado citou os  políticos que também teriam recebido propina. “O depoente repassou  propina, via doação oficial, para os seguintes parlamentares e  ex-parlamentares: Cândido Vaccarezza (PDT-SP), Jandira Feghali  (PCdoB-RJ), Luis Sérgio (PT-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Francisco  Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti  (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valter Alves  (PMDB-RN), José Agripino Maia (DEM-RN), Felipe Maia (DEM-RN), Sergio  Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), Heráclito Fortes (PSB-PI) e Valdir  Raupp (PMDB-RO). Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações  oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo”,  acrescentou o depoimento.
 Machado ficou no comando da  subsidiária da Petrobras de 2003 a novembro de 2014. Segundo ele, os  políticos indicavam aliados para cargos em empresas estatais para  conseguir “maior volume possível de recursos ilícitos tanto para  campanhas eleitorais quanto para outras finalidades”. De acordo com  Machado, a função dos diretores indicados era administrar as empresas e  “arrecadar propina para os políticos que os indicaram”.
 No  primeiro depoimento, Sérgio Machado declarou aos investigadores que os  responsáveis por sua nomeação foram os senadores Renan Calheiros, Jader  Barbalho, Romero Jucá, Edison Lobão e o ex-senador José Sarney.
 De  acordo com os termos do acordo de delação, divulgados hoje, após  decisão do ministro Teori Zavascki, Sérgio Machado vai devolver R$ 75  milhões. Desse total, R$ 10 milhões deverão ser pagos 30 dias após a  homologação, que ocorreu no mês passado, e R$ 65 milhões parcelados em  18 meses. Por ter delatado os supostos repasses de recursos da  Transpetro para políticos, Machado vai cumprir regime domiciliar  diferenciado.
 Em outro depoimento, Machado afirmou  que foram repassados ao PMDB “pouco mais de R$ 100 milhões”, que tiveram  origem em propinas pegas pelas empresas que tinham contratos coma  Transpetro.
 Renan calheiros
 O  presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),  comentou nesta quarta-feira a publicidade da delação premiada do  ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que disse, entre outras  coisas, ter repassado a ele mais de R$ 30 milhões em propinas.
 Renan  afirmou que nunca autorizou ninguém a falar em seu nome e que todas as  doações de campanha que recebeu foram “legais, com contas prestadas à  Justiça e aprovadas”. “De modo que não tenho nada, absolutamente, a  temer.”
 O presidente do Congresso também se disse satisfeito com a  publicização das informações e cumprimentou os ministros do Supremo  Tribunal Federal por adotarem esse procedimento e evitar vazamentos  seletivos das declarações prestadas em delação premiada.
 “Quero  cumprimentar o Supremo Tribunal Federal e acho que o pior que pode  acontecer nessas delações fantasiosas é você ser acusado sem saber do  que é acusado. E ainda depois de vazamentos propositados. É muito boa  essa decisão do Supremo, que torna essas delações públicas. Eu queria  cumprimentá-los.”
 As declarações de Machado estão nos depoimentos  de delação premiada tomados pela força-tarefa de investigadores da  Operação Lava Jato, que foram tornados públicos após decisão do ministro  Teori Zavascki, por meio da decisão que retirou o sigilo das oitivas.
 Valdir Raupp
 Em  nota, o senador Valdir Raupp disse que repudia “com veemência as  ilações do sr. Sérgio Machado  na sua delação e afirmou que nunca   solicitou  ao delator doações para campanhas eleitorais”. O senador  finalizou a nota dizendo que  as citações feitas por Machado são  “mentirosas e descabidas”.
 Gabriel Chalita
 Também  por meio de nota, Gabriel Chalita afirmou que não conhece Sérgio  Machado. “Portanto, nunca lhe pedi recursos ou qualquer outro tipo de  auxílio à minha campanha. Esclareço, ainda, que todos os recursos  recebidos na minha campanha foram legais, fiscalizados e aprovados pelo  Tribunal Regional Eleitoral", informou.
 Os demais citados na delação de Sérgio Machado não se manifestaram até a última atualização.
 *  A matéria foi alterada às 16h47 para inclusão do posicionamento do  presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, às 17h33 para  incluir nota do senador Valdir Raupp e às 17h44 para inclusão de nota  de Gabriel Chalita.
(Fonte Agência Brasil) 
  
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