Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados
O parecer favorável do Conselho de Ética da Câmara à cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-Rj) foi recebido com surpresa pelo Palácio do Planalto. Segundo informações da Folha de São Paulo, o Palácio teme que o resultado paralise as votações definitivas para o governo na Casa. A sessão foi marcada por 11 votos a 9, onde o colegiado aprovou nesta terça-feira (14) o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO). Para o relator, não faltam provas de que Cunha quebrou o decoro parlamentar ao omitir a existência de contas no exterior que, segundo a Procuradoria Geral da União (PGU), foram alimentadas com dinheiro do petrolão. De acordo com assessores de Milche Temer, é "crucial" para o governo que um novo presidente da Câmara seja escolhido rapidamente para que as ações no Legislativo "andem mais naturalmente". Ainda de acordo com a Folha, os auxiliares do presidente interino afirmam que o problema é que nomes favoritos do Planalto para o posto, como os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), não querem assumir um "mandato tampão" até fevereiro de 2017, quando haveria nova eleição para o comando da Casa. Os assessores do atual presidente ainda afirmaram que uma saída para Cunha seria renunciar à presidência da Câmara para tentar salvar seu mandato. Nesse acordo, os deputados aprovariam uma pena mais branda ao peemedebista, mas Cunha tem rechaçado a ideia.