Hoje, Eduardo Cunha tem o apoio de PR, PP, PTB, PRB, PSD, PSC, SD e parte do DEM para blindá-lo na Casa - Foto: Valter Campanato
Fortalecido pela aprovação do prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conta com apoio de partidos do Centrão (PP, PR e PSD) e de parte da oposição para enterrar o processo por quebra de decoro no Conselho de Ética e salvar o mandato.
Aliados de Cunha dizem já ter maioria no conselho para salvá-lo. Hoje, têm o apoio de PR, PP, PTB, PRB, PSD, PSC, SD e parte do DEM para blindá-lo na Casa. Há uma avaliação entre os apoiadores do presidente da Câmara de que ele manterá o apoio do grupo. Também apostam na retribuição pelo avanço do impeachment contra Dilma, tocado por Cunha com celeridade. Um dos defensores dessa posição é o deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos mais aguerridos defensores de Cunha na Casa.
"Todo mundo sabe que sem Eduardo Cunha não haveria processo de impeachment, graças ao trabalho dele foi possível tirar o PT do poder", diz Paulinho, quando questionado se Cunha teria uma espécie de "anistia" pelos adversários de Dilma.
Um sinal da manutenção desse alinhamento foi o número de parlamentares que rebatiam os discursos contra Cunha na sessão de votação da admissibilidade do impeachment. Além disso, o peemedebista mantém ao redor líderes que despontam como possíveis candidatos à presidência da Casa em 2017.
Nos bastidores, aparecem como pré-candidatos o líder do PTB, Jovair Arantes (GO); o líder do PSD, Rogério Rosso (DF); o ex-líder do PR Maurício Quintella Lessa (AL); e o líder do PSC, André Moura (SE). Os quatro são potenciais herdeiros do grupo pró-Cunha na Casa.
É com esses líderes que os aliados esperam proteger o peemedebista. Cunha alimenta em todos eles a expectativa de lhe suceder com seu apoio. Na avaliação dos integrantes desse círculo, esse comportamento do presidente mantém o grupo unido.
Presidido pelo deputado José Carlos Araújo (PR-BA), o Conselho de Ética tem até 19 de maio para concluir a instrução e até 2 de junho para votar o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO). Com as recentes mudanças na composição do colegiado, há sinais de que Cunha pode ter mudado a correlação de forças no grupo. Isso lhe permitirá enterrar eventual recomendação para cassação de mandato ou negociar uma punição mais branda.
Os aliados do peemedebista contam com o voto da novata Tia Eron (PRB-BA) para derrotar o grupo adversário. A deputada vem sendo disputada pelos dois lados e disse publicamente admirar o desempenho de Cunha no comando da Casa, mas ainda não deu sinais de como deve votar.
(Diário do Poder)
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