O dia que mudou uma nação
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O dia que mudou uma nação




Na foto acima: Egípcios se reúnem na Praça Tahrir para marcar o aniversário de um ano da revolução em 25 de janeiro de 2012, em Cairo, Egito.

por Andréia Barcellos

O dia 25 de Janeiro de 2011 é conhecido no Egito como o “dia da Ira”. O dia em que se iniciou uma gigantesca mobilização contra um governo totalitário que estava há mais de trinta anos no poder. As milhares de pessoas que ocuparam as ruas do Cairo em direção a Tahrir Square lutavam principalmente para tirar o presidente Mubarack do poder, mas também exigiam alguns direitos fundamentais como liberdade de voto, fim das violências policiais, direito ao devido processo legal, controle da inflação e melhoria das condições básicas de vida.

A renúncia do ex-presidente no dia 11 de Fevereiro é considerada uma grande vitória, porém, quase um ano após o que encontramos é um país sem um governo efetivo, que ainda sofre com a pobreza, vitima de corrupção e sem uma perspectiva de futuro.
            Depois da renúncia do ex-presidente foi realizado um plebiscito questionando a população sobre a necessidade de se redigir uma nova Constituição, sendo que 72% votou a favor. Contudo, a população não quer que a Constituição seja redigida pelos militares, mas sim pelo Parlamento, cujas eleições ainda estão ocorrendo em várias partes do país, sem ter uma data certa para o seu término.
            Quando o novo Parlamento for instaurado e a nova Constituição for escrita o próximo passo é a eleição de um novo Presidente. Por ora, não há uma data determinada de quando isso irá acontecer, por isso, diversas pessoas continuam na Tahir Square. Além de reivindicarem datas limites para a promulgação da nova Constituição e para a Eleição do novo Presidente, eles lutam em defesa pela melhoria de seu país, pela adoção de políticas públicas em prol do desenvolvimento do Egito com justiça social e que a vida de milhares de manifestantes não tenha se perdido em vão.
O que encontramos hoje no Egito é uma nação sem um governo efetivo, que não confia em seus policiais nem em seu sistema. As taxas e impostos continuam sendo fortemente cobradas, mas ninguém sabe para onde estão sendo destinadas nem quem está se beneficiando disto.
Atualmente, vê-se uma briga entre as grandes empresas locais para conquistar poder. Não há paz. Toda sexta-feira, dia sagrado para o Islamismo, há manifestações e confrontos na Tahir Square. Existe um grande medo de intervenção internacional ou até mesmo de influência internacional, qualquer espécie de influência externa é interpretada com invasão e vista como séria ameaça ao país. O povo continua enfrentando fortes problemas, mais de 50% da população continua analfabeta e sem perspectivas de emprego, a violência teve um aumento significativo nas ruas e o saneamento básico está cada vez pior. Além disso, uma das maiores fontes de renda do país, o turismo, caiu fortemente, pois o país deixou de ser um destino procurado pelos turistas devido ao medo proveniente da instabilidade política na região.
O Egito ainda está vivendo uma Revolução a qual não se sabe por quanto tempo irá se estender. É possível perceber na população uma grande expectativa de mudança, uma vontade de melhorar o seu país. Mas infelizmente ainda é difícil saber quanto tempo será necessário para mudar um estado que conviveu com um governo corrupto por tantos anos.


Andréia Barcellos é internacionalista formada pelo Centro Universitário Curitiba. 



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