No Dia Mundial da Malária, lembrado hoje (25), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que quase a metade da população mundial – o que equivale a 3,2 bilhões de pessoas – ainda corre o risco de contrair a doença. Apenas no ano passado, 214 milhões de novos casos foram identificados em 95 países e mais de 400 mil pessoas morreram vítimas da infecção.
“Um ano após a assembleia da Organização Mundial da Saúde decidir eliminar a malária de pelo menos 35 países até 2030, a OMS divulga um relatório que mostra que a meta, apesar de ambiciosa, é alcançável”, informou a entidade. Em 2015, nenhum país-membro da OMS na Europa reportou casos de malária em indígenas, contra 90 mil registrados em 1995.
Os dados mostram que oito países fora da região europeia também não reportaram nenhum caso da doença em 2014. São eles: Argentina, Costa Rica, Iraque, Marrocos, Omã, Paraguai, Sri Lanka e Emirados Árabes Unidos. Outros oito países computaram menos de 100 casos em indígenas no mesmo período, enquanto 12 países identificaram entre 100 e mil casos.
“A Estratégia Técnica Global para a Malária 2016-2030, aprovada pela Assembleia da Organização Mundial da Saúde em 2015, clama pela eliminação da transmissão local da malária em pelo menos dez países até 2020. A OMS estima que 21 países estão em condições de alcançar este objetivo, incluindo seis na região africana, onde o fardo da doença é mais pesado”, diz o relatório.
Desde 2000, a taxa de mortalidade por malária caiu 60% em todo o mundo. Nos países africanos, o índice caiu 71% entre crianças menores de 5 anos. Os avanços, segundo a OMS, foram alcançados por meio do uso de ferramentas de controle amplamente implantadas na última década, como mosquiteiros tratados com inseticida, pulverização residual de interiores e testes de diagnóstico rápido.
“Mas alcançar o próximo nível – a eliminação – não será fácil”, ressaltou a OMS. “A eficácia das ferramentas que garantiram melhorias nos primeiros anos deste século estão agora ameaçadas. A resistência de mosquitos a inseticidas utilizados nas telas e na pulverização residual está crescendo, assim como a resistência do parasita a componentes de um dos medicamentos mais poderosos contra a malária. Maiores progressos vão exigir novas ferramentas que não existem atualmente, além do aperfeiçoamento de novas tecnologias”, afirma a nota da organização.
(Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil)
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