Depois de 61 deputados falarem em reunião que durou mais de 12 horas,  a comissão especial do impeachment aprovou um requerimento para  encerrar a discussão. Os trabalhos serão retomados na segunda-feira, às  10 horas, quando o colegiado vai ouvir os líderes partidários e,  posteriormente, iniciar o processo de votação do relatório. O cronograma  prevê o início da análise em Plenário na próxima sexta-feira (15).
A comissão, que analisa o pedido de abertura de processo de  impeachment da presidente Dilma Rousseff, avançou a madrugada para  vencer a etapa da discussão do relatório do deputado Jovair Arantes  (PTB-GO), favorável à investigação da presidente.
O ponto central da discussão é a legitimidade, ou não, do processo de  impeachment. Apesar do caráter técnico do relatório, o tom da discussão  dos parlamentares foi político. Quem se opõe ao impeachment afirma que  os fatos tratados na denúncia não podem ser considerados crimes de  responsabilidade. Já os favoráveis alegam que há crime nas condutas da  presidente e fizeram referência à crise econômica e à perda de  governabilidade da presidente. O embate gerou várias interrupções nos  pronunciamentos por conta das manifestações dos lados contrários.
O relatório de Jovair conclui que a presidente Dilma precisa ser  julgada pelo Senado por crime de responsabilidade pela abertura de  créditos suplementares por decreto presidencial, sem autorização do  Congresso Nacional; e por adiar repasses para o custeio do Plano Safra,  obrigando o Banco do Brasil a pagar benefícios sociais com recursos  próprios – o que ficou conhecido como "pedalada fiscal".
Prática comum
Ao defender a presidente Dilma, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)  afirmou que as pedaladas são uma prática comum e que a denúncia contra a  presidente é baseada em uma mudança de posição do Tribunal de Contas da  União (TCU).  “No Brasil, se  depender do Tribunal de Contas da União, do seu procurador, nem o  passado é seguro”, comentou, em referência a uma frase do ex-ministro da  Fazenda Pedro Malan.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) explicou que o governo usa uma mesma  conta para pagar todos os benefícios sociais e, dessa forma, não é  possível calcular o saldo necessário diariamente. “Há dias em que esse  saldo é positivo; há dias em que é negativo. Não há empréstimo de bancos  públicos”, declarou.
Ao ressaltar que Dilma não responde a nenhum processo judicial,  Vargas afirmou que o impeachment é uma tentativa de golpe. “Impeachment  sobre um governo eleito pelo voto popular de 54 milhões de brasileiros e  sem crime de responsabilidade da presidente é golpe.”
O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) denunciou uma “confraria do  golpe”, composta de políticos que não gostam da presidente Dilma  Rousseff. Entre eles, Augusto Nardes, Michel Temer, Eduardo Cunha e  Aécio Neves. Com o tom satírico que lhe é de costume, Costa afirmou:  “Aécio Neves tem dois problemas: urnas e Furnas”, ao se referir ao fato  de Neves ter perdido a eleição em Minas Gerais, estado de origem, e à  ligação do político com escândalos relacionados à estatal Furnas  Centrais Elétricas.
Crime de responsabilidade
Jovair Arantes, por sua vez, ressaltou que seu relatório “é  consistente, robusto do ponto de vista de provas e absolutamente claro  com relação às colocações feitas pelos denunciantes”. “Estamos apenas  admitindo a possibilidade de abrir o processo, entregar para o Senado  fazer a colocação de novas provas e apresentar para a sociedade a  possibilidade de cassar a presidente no Senado Federal”, disse.
O deputado Rocha (PSDB-AC) também rebateu as críticas. “Não adianta o  PT tentar encontrar erro nos outros para esconder os seus. O governo  perdeu a credibilidade diante do povo brasileiro”, disse.
Já o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) afirmou que a presidente  cometeu atos que atentam às leis orçamentárias ao autorizar a abertura  de créditos suplementares por decreto presidencial, sem autorização do  Congresso Nacional. Ele disse que, ao editar decretos sem cumprir a meta  imposta pela lei orçamentaria aprovada, a presidente violou as leis, e  deve ser julgada por crime de responsabilidade.
“Não importa abertura de credito suplementar em si; o que importa é  se está dentro da meta anteriormente autorizada pelo Congresso, e a meta  se verifica a cada bimestre. Ou seja, a presidente sabia que não iria  cumprir a meta e continuou editando decretos: daí a responsabilidade da  presidente”, disse.
Por sua vez, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) afirmou que as  chamadas pedaladas fiscais e os decretos de crédito suplementar já são  suficientes para justificar o pedido de impeachment. “A defesa diz que  sempre ocorreram as pedaladas fiscais e não ocorreram em 2015. Mentira!  Em dezembro de 2015, havia um saldo R$ 55,6 bilhões em pedaladas. O  governo se beneficiou de financiamento ao longo do ano, e a prova é que o  Executivo pagou juros sobre isso”, comentou.
Debate contaminado
Líder da Rede, o deputado Alessandro Molon (RJ) ressaltou que a Câmara  só pode analisar os pontos recebidos na denúncia e tratados pelo  relator: os decretos de abertura de crédito suplementar e as pedaladas  fiscais para pagar o Plano Safra. “Fico perplexo porque ouvi grandes  lideranças dizendo que o julgamento será pelo conjunto da obra. Procurei  essa expressão na Constituição e não encontrei. Quem julga pelo  conjunto da obra é eleitor quando vota, parlamentar vota pelo que está  na Constituição”, disse.
Não é a avaliação do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Para ele, a  presidente cometeu crime de responsabilidade ao fazer as pedaladas, ao  nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa  Civil e diante da delação do senador Delcídio do Amaral (MS), ex-líder  do governo no Senado. “Precisamos analisar o conjunto da obra criminosa,  e a presidente se valeu de crimes de responsabilidade para tentar se  manter no poder”, disse.
(Fonte Agência Câmara) 
  
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