A igreja evangélica Assembleia de Deus teria sido utilizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), como meio de receber propinas desviadas da Petrobras. A informação está na denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20). O documento detalha que Fernando Baiano – braço direito do PMDB no esquema investigado pela Operação Lava Jato – orientou o lobista Júlio Camargo, da empreiteira Toyo Setal, a efetuar dois depósitos de R$ 250 mil para a igreja. Na acusação, a PGR afirma que Camargo nunca fez qualquer tipo de doação à Assembleia de Deus e que os depósitos tiveram como finalidade quitar dívidas com o deputado. “É notória a vinculação de Eduardo Cunha com a referida igreja. O diretor da referida igreja perante a Receita Federal é Samuel Cássio Ferreira, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembleia de Deus de Madureira, no Rio de Janeiro, que o denunciado frequenta. Foi nela inclusive que Eduardo Cunha celebrou a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, conforme amplamente divulgado pela imprensa”, avalia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.