O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o juiz Sergio Moro seja afastado da condução de um dos processos da Operação Lava Jato. Segundo O Globo, o recurso de Cunha se refere ao documento em que é acusado pelo consultor Júlio Camargo de receber US$ 10 milhões em propinas. Para o presidente da Câmara, Moro “usurpou” uma prerrogativa do STF, tribunal responsável por julgar parlamentares. Caso o pedido seja aceito, o caso será encaminhado ao Supremo e o trecho do depoimento de Camargo não terá mais validade. A defesa de Cunha alega, ainda, que Moro induziu o consultor a incriminá-lo já que, anteriormente, teria negado o envolvimento do parlamentar. Questionado sobre o motivo na mudança do depoimento, Camargo afirmou que havia sido alertado pelo Ministério Público Federal (MPF) de que casos envolvendo políticos não seriam julgados pela Justiça Federal do Paraná. Os advogados do peemedebista contestam a versão, e dizem que Moro induziu o delator a dizer que estava sendo ameaçado por temer a influência política de Cunha.