Mundão
Abrasileirando os brasileiros
Trabalho desenvolvido na disciplina de Análise das Relações Internacionais sob orientação da Professora Jaqueline Ganzert, em que todos foram convidados a escrever análises satíricas sobre períodos históricos. Em votações "as cegas" nas turmas, os textos foram selecionados para o blog.
Marcos Paulo Santos Viruel*
O Encontro do Brasil e dos Novos Brasileiros
Período Histórico: Década de 90, retomada do Diálogo e a recente Democracia Brasileira.
Uma tribo desaparecida da Amazônia é encontrada e o planalto manda um representante para dialogar com os Novos Brasileiros. Uma semana depois há uma conferência de Imprensa com o representante do planalto e o representante da tribo sobre o ocorrido. Alguns temas já estão pré-selecionados. Cada um fala em seu respectivo idioma, para sua respectiva população:
Educação:
Parlamentar:
- Bom dia, começamos muito bem e já oferecemos a eles material didático atualizado e revisado, segundo as normas da ABNT, para melhor aprendizado. Assim como canetas, cadernos e agendas.
Indígena:
- É verdade, vamos aprender sobre os Estados Brasileiros, suas capitais, os rios que agora têm novos nomes e a história do País. Antes de tudo, só precisamos de alguém para nos ensinar o alfabeto, a usar uma caneta e a fonologia do português.
Saúde:
Parlamentar:
- Também disponibilizamos acesso a postos do SUS, duas ambulâncias de pronto atendimento da SAMU, rampas de acesso para deficientes físicos, medicamentos alemães de primeiro nível e os equipamentos médicos americanos para plena utilização.
Indígena:
- Bem, como não tínhamos espaço para construir os postos, derrubaram a seringueira ancestral no meio de nossa aldeia, mas não é um problema já que me asseguraram que teremos outra. Algumas caixas com gelo chegaram. Devem ser os remédios. Acho q você os toma depois de tirar aquelas fotos pretas e brancas naquela máquina estranha. Além disso, me disseram que não podemos usar o Curandeiro para nos atender, mas não tem problema, pois soube que eles possuem 200 milhões de pessoas. Certamente, médicos não são um problema.
Segurança:
Parlamentar:
- Estamos disponibilizando oficiais altamente treinados e capacitados para garantir a segurança deles à ação de qualquer indivíduo nocivo. Ademais, instalamos câmeras de monitoramento diurnas e noturnas, radares terrestres e botões de pânico nas ocas mais próximas para evitar qualquer eventualidade.
Indígena:
- Aqueles homens de preto que o José viu, portando armas de fogo pesado, e que arrombaram nossa aldeia noite antepassada porque estávamos á toa o dia inteiro, são homens pagos para assegurar os nossos direitos. Devemos contar tudo a eles, obedecer-lhes e oferecer nossas refeições e nossas camas sempre que possível para ajudá-los a cumprir o dever. Aliás, alguém viu o José?
Trabalho:
Parlamentar
- Não deixaremos os nossos compatriotas desamparados. Estamos oferecendo cursos técnicos para aperfeiçoamento e velocidade na inserção deles em nosso prestigiado mercado de trabalho. Juntamente, com a criação de carteiras de trabalho na região e a utilização do benefício auxílio desemprego.
Indígena:
- O que nós fazemos é moralmente errado e devemos mudar. Aparentemente, ficar relaxado depois de colher os frutos, pescar, plantar, caçar e cuidar das crianças não é o suficiente. O emprego elevará as metas regionais de trabalho da região e nos garantirá dinheiro. O dinheiro serve para pagar os bens materiais que são comprados. Os bens materiais nos dão uma ideia fugaz e longínqua de felicidade. A felicidade é atingida quando estamos em estado de plena satisfação. A satisfação vem da realização daquilo que queremos. Aquilo que queremos é relaxar depois de colher os frutos, pescar, plantar, caçar e cuidar das crianças. Por isso precisamos do emprego.
* Marcos Paulo Santos Viruel é graduando do 5° período curso de Relações Internacionais do Unicuritiba.
** FONTE da imagem: Joédson Alves - Reuters
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