Maior comediante político americano palestra em Michigan e fala com exclusividade à Voto sobre lei brasileira que proíbe “ridicularização” de candidatos no horário eleitoral. Os Estados Unidos possui um gênero à parte de comediantes: os “political satirists”, ou comediantes políticos. São jornalistas, radialistas, apresentadores de TV e escritores que se dedicam dia e noite a fazer graça de tudo o que acontece na vida pública - mesmo quando o assunto que transformam em piada não tenha graça nenhuma.
Expoente dentre os comediantes americanos, P.J. O’Rourke, é um fenômeno. Tem 17 livros publicados e foi chamado tanto pela Time magazine como pelo Wall Street Journal o “mais engraçado escritor nos Estados Unidos”. Assumindo ser eleitor republicano para uma plateia simpatizante, O’Rourke não deixou de fazer piada da sua própria preferência: “os Republicanos são do partido que diz que o governo não funciona e, quando, se elegem, provam que não funciona mesmo”.
O senhor diz que o problema não são os políticos que são maus, mas a política. Por quê?
política é má porque é um sistema draconiano de tomada de decisões, especialmente quando o governo se torna grande demais. Há coisas, por exemplo, que não podem ser privatizadas: cobri como correspondente a Guerra no Líbano e vi que um exército privatizado não é uma coisa boa. Talvez a política não seja necessariamente má, mas ela é sem dúvida muito perigosa. Precisamos sempre pensar: será que queremos política envolvida em tudo o que acontece na nossa vida? Eu acredito que não.
Se a política é “má” e “perigosa”, como é fazer piada com coisa séria?
É uma forma de comunicar obliquamente aquilo que não se tem coragem de dizer diretamente. É como quando fazemos piada em casa, com a esposa ou filhos, não tentando ofender mas, ao mesmo tempo, dizendo aquilo que estamos pensando com um senso de humor.
No Brasil, acaba de ser aprovada a minirreforma eleitoral no Congresso para as próximas eleições. Dentre outras coisas, a nova legislação proíbe que a propaganda eleitoral “ridicularize” candidatos, partidos ou coligações. O que o senhor acha disso?
(Risos) Isso é hilariante! E será impossível de colocar em prática! A beleza da sátira é justamente sua sutileza, é a capacidade que tem aquele que ridiculariza de deixar o ridicularizado sem entender de imediato que foi vítima de uma ironia. E, por isso mesmo, não há como provar! A vítima acha às vezes até que foi elogiada! É como quando a criança fica feliz ao ler no boletim uma observação de que “o seu rendimento melhorou”. Leva anos até ela se dar conta do que aquilo realmente quis dizer..
E quanto à onda do politicamente correto?
É a mesma coisa... é natural as pessoas não quererem que os outros sejam rudes. Ninguém vai rir da cara de um aleijado, por exemplo. Ninguém em situação normal gosta de ferir o sentimento de outras pessoas. Isso é uma coisa. Outra coisa é utilizar-se de algumas expressões conhecidas como “politicamente incorretas” para se expressar ou fazer humor. Nesse caso, o objetivo não é machucar ninguém, mesmo que indiretamente. Já quem advoga pelo politicamente correto, quer obrigar que todos sejam cordiais o tempo todo, e perde a liberdade de expressão. Essa obrigação me lembra a de alguém que crê estar fazendo uma boa ação ao ajudar uma velhinha a atravessar uma rua levando-a pela mão, ainda que ela na verdade não tivesse nenhuma intenção de cruzá-la e preferisse ficar do lado em que de início estava.
Publicado em: Revista Voto
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