A suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), anunciada em reportagem da revista IstoÉ, motivou o pronunciamento de vários senadores em Plenário nesta quinta-feira (3). De acordo com a reportagem, o senador — preso em 25 de novembro pela Operação Lava Jato e solto no dia 19 de fevereiro — delatou o ex-presidente Lula e a presidente da República, Dilma Rousseff, em diversas irregularidades relacionadas ao escândalo da Petrobras.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu cautela. Para ela, a prisão do senador foi “surreal” por ser flagrantemente inconstitucional, já que ele estava no exercício do mandato. E por temer a opinião pública, acrescentou Gleisi, o Senado acabou corroborando a detenção do senador, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) manifestou preocupação. Ele registrou que, com base na delação de Delcídio, a revista informa que Dilma Rousseff tinha total conhecimento da venda da refinaria de Pasadena, considerada lesiva ao país, tendo sido o embrião de todo o escândalo de corrupção na Petrobras.
— Se isso tudo for verdade e se a delação for aceita pelo Supremo Tribunal Federal, o país estará diante de uma situação política de uma gravidade sem precedentes — avaliou Ferraço.
Renúncia
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) criticou Dilma e sublinhou ser inconcebível que a presidente, nessas condições, possa liderar um país em crise profunda.
Os senadores Paulo Bauer (PSDB-SC) e Aécio Neves (PSDB-MG) chegaram a pedir a renúncia da presidente Dilma Rousseff. Bauer disse que Dilma não tem mais condições de governar o país. Na visão do senador, o governo Dilma só conseguiu sobreviver graças a mentiras, pedaladas fiscais, artimanhas e ações desenvolvidas no campo social, iludindo desempregados, trabalhadores e pessoas de bem. Aécio Neves afirmou que é preciso aguardar a comprovação do que disse Delcídio, mas ponderou que a gravidade do atual momento exige uma postura da presidente.
— Será que não está no momento de a presidente da República, pensando não agora no seu partido e sequer no seu futuro, mas pensando no país, renunciar ao mandato de presidente da República? — questionou Aécio.
Em nota, o senador Delcídio do Amaral diz que não confirma o conteúdo da matéria. Ele acrescenta que não conhece a origem e tampouco reconhece a autenticidade dos documentos mostrados pela revista.
(Reprodução autorizada da Agência Senado)
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Foto: Waldemir...
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