Rui, Wagner e a sucessão na Assembleia, por Raul Monteiro
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Rui, Wagner e a sucessão na Assembleia, por Raul Monteiro


ABahia*s últimas atualizações sobre a sucessão à presidência da Assembleia Legislativa indicam a consolidação da candidatura do petista Rosemberg Pinto, que teria conseguido unificar a bancada do PT em torno de seu nome e a confirmação de que o atual presidente, Marcelo Nilo, do PDT, candidato pela quinta vez consecutiva à reeleição, não abrirá mão da disputa, independentemente de quem seja o concorrente. Entre os dois, circulariam os deputados do governo e da oposição, à espera de acenos do governador Jaques Wagner (PT) e do governador eleito, Rui Costa, para decidir como proceder em relação à sucessão, prevista para fevereiro.
Rosemberg conseguiu consolidar-se porque obteve da bancada petista o aval que tanto buscou para pedir votos aos colegas e, inclusive, tentar conquistar a oposição. Pelo menos, em mais de um par de encontros que teve na semana passada para “vender” sua proposta para comandar a Assembleia nos próximos dois anos, se fez acompanhar do colega petista Paulo Rangel, apontado por setores do próprio PT e na Assembleia como o melhor nome do partido para enfrentar Nilo na disputa pela presidência do Legislativo. Ao segui-lo aos encontros, Rangel demonstrou que está com Rosemberg para o que der e vier.

Já Marcelo, prosseguiu com a estratégia de buscar convencer os colegas de que merece um quinto mandato porque, para a Casa e a comunidade parlamentar, tem sido um excelente presidente, o que encontra tanto eco positivo quanto reação entre os membros do restrito colégio eleitoral legislativo. Aos mais íntimos, o presidente tem deixado transparecer, mesmo contra a vontade, uma ponta de mágoa com relação ao esforço que tem sido forçado a empreender para buscar se manter no poder, principalmente depois do envolvimento hercúleo na campanha de Rui, num momento em que poucos, inclusive na base governista, acreditavam na eleição do petista.
Nos episódios em que foi preterido por Rui para candidato ao governo e, depois, pela escolha de João Leão (PP) como candidato a vice, Marcelo teve a oportunidade concreta de migrar para a oposição e até assumir papel de destaque na chapa com que os oposicionistas disputariam a eleição de outubro. Num encontro que marcaram entre ele e o prefeito ACM Neto (DEM), que fez a articulação política oposicionista à sucessão estadual, lhe foi ofertada participação na chapa, com a possibilidade – hoje se sabe – de escolher, na época, quem deveria, entre o democrata Paulo Souto (DEM) e o peemedebista Geddel Vieira Lima, encabeçá-la.
Apesar de então visivelmente aporrinhado pela escolha de Leão e a maneira como acabou tomando conhecimento dela, reveladora de pouca consideração em relação a um aliado tão fiel, e da festiva acolhida oposicionista, Marcelo declinou das propostas e manteve-se leal ao governo. Antes, claro, teve o cuidado de negociar posições na futura administração para a hipótese de vitória de Rui, além da manutenção da presidência da Assembleia. Depois, mergulhou tão profundamente na campanha petista que hoje corre o risco de ser o único aliado a pagar algum preço judicial por comprometimento tão desabrido.
Na Assembleia, todo mundo sabe que Rosemberg pode até crescer como candidato, mas só terá condições de se eleger se levar um bom empurrão do governo. O que ninguém consegue antecipar é se Wagner ou Rui estarão dispostos a desconsiderar o que acordaram com Marcelo e, mais uma vez, no espaço de meses, voltar a preteri-lo abertamente em favor do candidato do PT.
Artigo publicado originalmente na Tribuna da 



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