Após ser acusado pelo governo federal de adiantar o voto sobre a reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff, o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, é investigado pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo a Folha de S. Paulo, ele teria recebido R$ 1,65 milhão de uma empresa investigada por suposto envolvimento em fraudes fiscais. Nardes se tornou alvo da investigação por ter sido sócio, em 2005, de uma empresa chamada Planalto Soluções e Negócios, investigada pela Operação Zelotes – que apura suposta compra de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em julgamento de recursos contra multas aplicadas pela Receita Federal. A companhia é registrada em nome do sobrinho de Nardes, Carlos Juliano. Os investigadores afirmam que os dois receberam vários pagamentos da SGR Consultoria, que teria corrompido conselheiros do Carf. Os pagamentos de R$ 2,6 milhões ocorreram entre 2011 e 2012, quando Augusto já era ministro do TCU e desligado da Planalto. Os investigadores teriam encontrado, contudo, referências ao pagamento de R$ 1,65 milhão a uma pessoa identificada como “Tio” – para os promotores, há “fortes indícios” de que “Tio” é Nardes. O ministro, contudo, negou ter conhecimento sobre o caso. "O que eu posso te declarar é que eu saí em 2005 e não tenho conhecimento de mais nada, nunca tive cargo de direção, absolutamente nada. E essa história que tu estás falando de 'Tio', também não sei. Alguém pode ter 10, 15, 20 tios, ou seja, não tenho conhecimento de nada. Eu não posso avançar mais do que isso, até porque estou concentrado aqui nas contas [do governo Dilma]", disse o ministro. Carlos Juliano também negou as irregularidades e afirmou que a Planalto está inativa desde 2008. "Não tem nada disso. Se tivesse alguma coisa, eu teria sido chamado no inquérito. Essa questão eu vou tratar, se tiver alguma coisa, no inquérito", defendeu.