Depois de resistir a fazer acordo de delação no processo da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Baiano sugeriu ao Ministério Público Federal (MPF) que pode entregar o envolvimento de três grandes nomes do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a Folha de São Paulo, os acusados seriam o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Para conseguir o acordo e atenuar sua pena, Baiano – apontado como braço direito do PMDB no esquema – precisa conceder informações novas sobre os suspeitos. Fontes ligadas à Polícia Federal teriam garantido à Folha que, apesar de ainda não ter assinado nada, o lobista está com o acordo de delação praticamente fechado e pode detalhar também a atuação do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. Os entraves para a assinatura do termo seriam as condições de Baiano: primeiro, ele pediu para ser liberado imediatamente, depois tentou negociar para morar fora do Brasil, já que sua mulher tem cidadania americana. Os dois pedidos foram negados pelo MP. Procurados, Renan e Henrique Alves informaram que não iriam se pronunciar e o advogado de Cunha não retornou os contatos. A assessoria do PMBD afirmou que jamais autorizou quem quer que seja a se apresentar como operador da legenda. Já Edson Ribeiro, advogado de Cerveró, disse que informações colhidas em delações premiadas de suspeitos presos em Curitiba não têm qualquer credibilidade. Para ele, os suspeitos sofrem “terror psicológico” e só aceitam falar para conseguirem liberdade.