Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Executivos da Odebrecht disseram nas negociações de delação premiada que o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), cobrou propina de obras da Copa do Mundo. De acordo com a Folha, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-diretor-presidente da construtora, foi o responsável por detalhar a "contribuição" ao peemedebista nas obras do metrô e na reforma do Maracanã. Fontes da publicação com acesso às investigações disseram que ainda deve ser incluída na conta de Cabral a obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a cobrança de 5% do valor total dos contratos das obras como pagamento. Docuemntos apreendidos pela Polícia Fedeal em março, na casa de Silva Júnior, mostram que o ex-governador recebeu R$ 2,5 milhões pelas obras da linha 4 do metrô do Rio; a reforma do Maracanã, inicialmente orçada em R$ 720 milhões, acabou custando mais de R$ 1,2 bilhão. Esta não é a primeira vez que delatores atribuem a Cabral o recebimento de propina. Executivos da Andrade Gutierrez disseram aos investigadores, no final de março, que Cabral exigiu 5% do valor total do contrato para permitir que a empresa se associasse à Odebrecht e à Delta no consórcio para reforma do estádio. Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo relataram que na época, em 2009, havia um acerto informal para que as empresas disputassem o consórcio e Nora Sá chegou a se reunir com Benedicto Júnior, da Odebrecht, para discutir o assunto. A Delta deixou o negócio em 2012, depois que a PF começou a investigar seu envolvimento no esquema de corrupção de Carlinhos Cachoeira - a parte da empresa foi absorvida pela Odebrecht. Por meio de nota enviada por sua assessoria, o ex-governador Sérgio Cabral disse que manteve "relações institucionais" com a Odebrecht e se disse indignada com o envolvimento de seu nome em qualquer ilicitude. Cabral disse ainda que sua gestão foi pautada "pela autonomia dos secretários nas suas respectivas pastas, assim como nos órgãos, autarquias, empresas e institutos subordinados às secretarias". A Odebrecht não comentou o caso.