"Eu acredito que o chavismo se vai com Chávez", afirma especialista.JUAN BARRETO / AFPFoi confirmada nesta terça-feira a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O líder tinha 58 anos de idade e sofria de um câncer na região pélvica. O anúncio do óbito foi dado pelo vice-presidente, Nicolás Maduro.
Chávez foi diagnosticado com câncer em 2011, chegou a passar por quatro cirurgias, além de tratamentos com radioterapia e quimioterapia. Segundo a historiadora e cientista política, Celi Pinto, o processo de pioras e melhoras do quadro clínico do Chávez repercutiu em um grande envolvimento emocional por parte da população e numa espécie de “transformação mítica” para o cenário latino-americano.
A relação Venezuela-Brasil deve permanecer estável. Essa é a opinião do analista internacional Jaques Wainberg. Segundo ele, a política brasileira compactua com muitos ideais do país vizinho.
O presidente Hugo Chávez foi eleito pela primeira vez no ano de 1998 e continuou no poder até sua morte. Seus partidários não o consideravam um ditador, já que havia sido eleito pelo voto popular. Ele garantiu sua permanência em 2000 e 2006 graças a referendos e eleições.
Uma das ações durante o seu mandato foi mudar a Constituição do país para que ele pudesse ser reeleito. A nova Constituição também alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela e acrescentou poderes ao Executivo, com possibilidade para maior intervenção do Estado na economia.
O cientista político, jornalista e consultor para Relações Internacionais, Marcel van Hattem, acredita que, com a morte de Chávez, o chavismo está com seus dias contados. Ele também cita exemplos de outros movimentos que perderam gradualmente a força com a morte do seu precursor.
Com a morte de Chávez, a Constituição Bolivariana, aprovada em 1999, diz que o presidente da Assembleia Nacional deve assumir a presidência e convocar eleições dentro dos próximos 30 dias. Isso porque apesar de ter sido eleito, em outubro de 2012, Hugo Chávez não chegou a tomar posse do cargo por problemas de saúde. Se tivesse tomado posse em janeiro deste ano, o vice-presidente, Nicolás Maduro assumiria temporariamente o seu posto. Agora, quem assume o comando do país, provisoriamente, é o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, um dos nomes mais fortes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).