O Brasil nas Áfricas
Mundão

O Brasil nas Áfricas


(Texto originalmente publicado no periódico online O Estado RJ, em 16 de maio de 2010.)

Em pleno século XXI, quando as atenções se voltam para a África do Sul, primeiro país africano a sediar a Copa do Mundo, a imagem que a maioria dos brasileiros tem do continente é a de que a África é simplesmente uma mistura cultural homogênea cercada de miséria. Existem nações diferentes, tribos diversas e culturas distintas. As relações Brasil-África do Sul se estreitaram nos anos de 1990, com o fim da política do Apartheid. Os laços brasileiros estabelecidos com aquele continente não se restringem, atualmente, à cultura trazida pelos escravos vindos de lá entre os séculos XVI e XIX. Representam, sim, a possibilidade de ampliar o comércio com a região.

A África Subsaariana, também conhecida como África Negra, cresce entre 5% e 6% ao ano desde 2003, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, números que superam os de Estados desenvolvidos por causa do chamado “efeito de alcance” das economias da região, responsável pelo rápido crescimento partido de um patamar mais pobre em analogia aos Estados mais ricos. E a África do Sul constitui-se como o país mais abastado daquele continente. Até a China voltou-se para a África, explorando seus recursos naturais e investindo localmente.

Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reafirmou o interesse do Brasil em instalar-se na África. Petrobras, Havaianas, Brasil Foods (fusão das empresas Perdigão e Sadia), O Boticário, Odebrecht, Camargo Correa, Vale, Furnas e Marcopolo são algumas das empresas brasileiras presentes no continente africano. Os produtos brasileiros são bem vistos na África, especialmente por sermos considerados o “primo pobre” que deu certo entre os países em desenvolvimento, e o potencial de consumo do mercado africano é alto. Segundo a Câmara de Comércio Afro-Brasileira, nossos principais parceiros são África do Sul, Angola, Argélia, Gana, Egito, Líbia, Marrocos, Nigéria, Tunísia e Senegal.

No entanto, a política externa brasileira não visa à substituição de seus principais mercados importadores (EUA, Europa e América Latina) pelo africano. Pelo contrário, a intenção é oferecer ao comércio com a África a mesma importância e vulto dos mercados tradicionais com os quais o Brasil negocia, e, dessa forma, ampliar nossas exportações. Assim, é interessante para o governo brasileiro manter de políticas que realizem a chamada cooperação Sul-Sul, como forma de facilitar o entendimento entre os grandes mercados emergentes em desenvolvimento.

Alessandra Baldner



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