Maior bancada na Câmara dos Deputados, o PMDB anunciou que vai  orientar a bancada pela votação a favor, no próximo domingo (17), do  parecer que pede a abertura do processo de impeachment da  presidenta Dilma Rousseff. A informação foi dada pelo líder do partido  na Casa, Leonardo Picciani (RJ), que é contrário ao afastamento da  presidenta. Segundo o líder, 90% dos parlamentares da legenda se  manifestaram a favor do impedimento, porém os dissidentes estão  liberados para votar diferente da maioria.
 
"Foi uma aclamação  simbólica, mas eu manterei minha posição", disse. Para Picciani, o  pedido em tramitação na Casa não tem fundamento jurídico de que Dilma  Rousseff cometeu crime de responsabilidade. Segundo ele, o partido não  fechará questão. "Não há e não haverá sanção a posições divergentes",  afirmou. O PMDB está reunido desde as 10h, a portas fechadas, para  definir posição sobre a votação de domingo (17).
 
De acordo com o  deputado Hugo Motta (PB), a bancada do PMDB tem 67 deputados,  considerando titulares que estavam ocupando cargos nos Executivos  federal e estaduais e vão deixar esses cargos para retornar à Câmara e  votar no domingo (17). Conforme o deputado, 61 peemedebistas já se  manifestaram a favor do impeachment.
 
A presidenta Dilma  Rousseff exonerou três ministros, indicados pelo PMDB, que têm mandato  de deputado federal para votarem contra o impeachment. As exonerações foram publicadas na edição de hoje (14) do Diário Oficial da União. Os ministros exonerados  são PMDB: Mauro Lopes, da Secretaria de Aviação Civil; Celso Pansera,  da Ciência, Tecnologia e Inovação; e Marcelo Castro, da Saúde.
Há algumas semanas, o PMDB anunciou a saída da base governista.  O partido é presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer.
 
Oposição
 
A  oposição viu como um reforço a decisão do PMDB. O líder do DEM,  Pauderney Avelino (AM), reconheceu que a adesão de peemedebistas ao  movimento pró-impeachment "consolida o processo". De acordo com ele, há  grandes chances de a base aliada tentar, após a votação de domingo,  questionar o resultado na Justiça, assim como tem ocorrido com alguns  procedimentos do rito que foram contestados judicialmente.
 
"É o  direito de espernear. Temos convicção que estamos fazendo a coisa  certa", disse. Avelino antecipou que, em conversa informal com o  presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o peemedebista disse que pretende  mudar a regra de chamada dos parlamentares. De acordo com o líder do  DEM, Cunha irá chamar alternadamente deputados das bancadas do Sul-Norte  do país e Norte para Sul. A regra de chamada foi contestada pela base  aliada, que defende que os deputados seham chamados a votar por ordem  alfábetica, como foi feito no processo da votação do impeachment de Fernando Collor em 1992.
 
Partidos menores
 
Mais  cedo, dirigentes dos cinco menores partidos da Câmara (PTN, PSL, PROS,  PHS,TEN), que somam 30 votos, não fecharam questão sobre a votação do  parecer favorável ao impeachment não fecharam questão, mas  informaram que pelo menos 25 deputados do grupo devem votar a favor da  abertura do processo contra a presidenta Dilma Rousseff. Desde a  semana passada, os partidos estão se reunidndo para tentar acertar uma  posição única para a sessão de domingo, porém alguns deputados,  contrários ao impedimento de Dilma, têm sinalizado que não tendem a  mudar de posição. PHS, PROS e parte do PTN integravam há alguns meses a  base governista.  
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil  
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