A Justiça de Minas Gerais determinou nesta quinta-feira (13) o bloqueio de R$ 300 milhões na conta da mineradora Samarco, responsável por duas barragens que se romperam no último dia 5, na zona rural de Mariana (MG). A Samarco é controlada pelas mineradoras Vale e BHP. O dinheiro será utilizado para reparar os danos causados às vítimas da tragédia, por decisão é do juiz Frederico Esteves Duarte, da comarca do município mineiro. Segundo informações da Agência Brasil, já chegou a sete o número de mortos com a onda de lama formada pelos rejeitos das barragens, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, e alcançou outras regiões de Minas Gerais e do Espírito Santo. Outras 18 pessoas estão desaparecidas e mais de 600 moradores da região ficaram desabrigados. De acordo com a nota publicada no site do tribunal, a decisão foi tomada no âmbito da ação civil pública proposta pelo Ministério Público (MP) mineiro, que qualifica as vítimas como “vulneráveis afetados por desastres ambientais”. O MP cita ainda os 500 desabrigados que estão hospedadas em hotéis e casas de terceiros e os cerca de 180 imóveis destruídos em Bento Rodrigues. “Por indícios, a responsabilidade civil da requerida (a Samarco) para com a população atingida pelo desastre ambiental, mais cedo ou mais tarde virá à tona, tomando-se em consideração a conexão entre o fato e o dano”, diz o juiz, na sentença. O magistrado destacou que o valor do bloqueio é compatível “com a extensão do dano" e argumentou citando os resultados financeiros da Samarco: faturamento de R$ 7,5 bilhões em 2014 e lucro líquido de R$ 2,8 bilhões.