Estudantes chineses falam sobre Massacre da Praça da Paz Celestial
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Estudantes chineses falam sobre Massacre da Praça da Paz Celestial


Na foto, da esquerda para a direita: Wenwen Liu;
Yao Guo; Eu; Yuan Chang; Denghui Sun;
Lingwei Shao; Shigang Wang.
O Massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989 na China, foi tema da aula de ontem (12 de setembro) aqui em Aarhus. O motivo: as imagens gravadas por acaso pela CNN fizeram a emissora dar um salto (http://www.youtube.com/watch?v=9-nXT8lSnPQ). Os repórteres da rede americana só estavam em Pequim porque obtiveram licença especial do governo comunista para cobrir a visita de Gorbachev (presidente da URSS) durante aquela semana. 

O vídeo original, gravado às escondidas da janela de um hotel, tem só o som de tiros ao fundo. A câmera ficou ligada enquanto o cinegrafista se deitava no chão do quarto e as balas atingiam a parede do hotel. 

A fita foi entregue assim que possível a um turista que saía do país a Hong Kong, para evitar confisco. Todos os demais registros feitos, sempre que interceptados, foram destruídos pelo governo. Mas a fita da CNN chegou a Hong Kong e depois foi aos EUA. O mundo todo passaria nas próximas horas a saber dos protestos na capital da China, país que, sob o regime comunista, sempre controlou de forma implacável a divulgação ao exterior do que se passava internamente.

Dentre meus colegas que assistiam à aula, também havia chineses (foto). Deles, ouvi que até hoje o assunto do Massacre da Praça da Paz Celestial é tabu no país. Não faz parte do currículo de história nas escolas, de jeito nenhum.

"Nós sabemos algo porque somos jornalistas. Na faculdade os professores comentam", disse-me um deles.
"E nós vimos pela internet já o vídeo. O acesso é proibido pelo governo, mas temos formas de driblar as restrições sem descobrirem", disse outro.
Minha dúvida: "Mas vocês só souberam do caso quando estavam na faculdade? No Brasil, a imagem é famosíssima... volta e meia passa na TV".
"Não, eu já sabia desde antes", disse outra colega.
"Mas como, se o assunto é tabu?", insisti.
"Ah, mas sempre tem um e outro que comenta. A gente sabe que aconteceu algo porque é curioso. Mas a grande maioria da população chinesa nunca aprendeu nada sobre isso nem sabe que isso aconteceu". 
"E a China, virará uma democracia?"
"Sem dúvida, é inevitável. Em 10 anos!", ouvi de outro. "Ou, talvez, em 20", reavaliou. "Mas vai acontecer".





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