A presidente Dilma Rousseff encampou na terça-feira (30) a defesa de seus ministros citados na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. Questionada por jornalistas se demitirá ou não Edinho Silva (Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), ela rechaçou as acusações feitas a eles. "Eu não demiti ministro ou aceitei ministro nomeado pela imprensa", disse, acrescentando que vai "aguardar toda a divulgação dos fatos para avaliar a situação" dos auxiliares. Em seguida, Dilma afirmou que o governo "não teve acesso aos autos (dos processos)" e que os ministros "não sabem do que são acusados". Segundo ela, por isso, eles "não têm como se defender". Em tom de desabafo, completou: "Isso é um tanto quanto Idade Média. Não é isso que se pratica hoje no Brasil". As declarações vão na contramão da postura adotada por Dilma no Palácio do Planalto. Desde que assumiu o governo, em janeiro de 2011, ela se notabilizou por demitir ou aceitar prontamente a saída de auxiliares de primeiro escalão suspeitos de irregularidades. Essa postura foi celebrada pelos marqueteiros do PT como "faxina na Esplanada". Edinho e Mercadante, petistas importantes na estrutura do partido, são citados por Pessoa na delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal no mês passado. Segundo o empreiteiro, ambos receberam doações não registradas na Justiça. No caso de Edinho, segundo a revista Veja, Pessoa disse que o ministro, na condição de tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição em 2014, recebeu R$ 7,5 milhões. Mercadante teria recebido R$ 250 mil. Ambos negam irregularidades e refutam a acusação. O caso será analisado pela Procuradoria-Geral da República, que decidirá se pede ou não a abertura de inquérito contra os acusados no STF. Dilma disse ontem, nos EUA, que "não há como saber o que vai acontecer nestes processos". Para a petista, a divulgação da delação está sendo feita de forma "seletiva". Este é o mesmo discurso usado pelo PT para sugerir ser vítima de manobra política. Dilma afirmou que vai "aguardar toda a divulgação dos fatos para avaliar a situação" dos ministros, acentuando que é preciso ter "acesso" às informações em poder do STF.
(Fonte Bahia noticias)