Na mira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sob constantes ataques da oposição, que se articula para viabilizar o seu impeachment, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que "não há espaço para aventuras antidemocráticas" na América do Sul. Em discurso na 48.ª Cúpula do Mercosul, feito para comentar a situação geral do bloco, mas que também serviu para enviar recados domésticos, Dilma defendeu a persistência no caminho da democracia, "evitando atitudes que acirrem disputas e incitem a violência". "Somos uma região que sofreu muito com as ditaduras. Hoje somos uma região onde a democracia floresce e amadurece. No ano passado, tivemos eleições gerais no Uruguai e no Brasil. Este ano é a vez da Argentina e da Venezuela", discursou a presidente. A fala soou como mais um recado da insatisfação brasileira à demora dos venezuelanos em definirem a data das eleições parlamentares, que foram marcadas para 6 de dezembro. "A realização periódica e regular desses pleitos demonstra capacidade de lidar com diferenças políticas, por meio do diálogo, do respeito às instituições e da participação cidadã. Temos de persistir neste caminho, evitando atitudes que acirrem disputas e incitem a violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul, na nossa região", completou Dilma. O discurso de defesa à democracia foi reforçado pelos colegas sul-americanos. Envolvido em uma grave crise social e política, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu em defesa dos movimentos de esquerda, afirmando que "ninguém vai nos apagar do mapa". A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por sua vez, disse que, mais do que nunca, os países do Mercosul deveriam fortalecer suas democracias.
(Inf. Bahia noticias)