O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender os acordos de delação premiada e disse que o uso do instrumento na Operação Lava Jato já inspira outros países. Até agora, a investigação conta com quase 30 colaboradores. "A utilização de acordos de delação premiada pela Força Tarefa da Lava Jato é exemplo marcante que já serve de inspiração para a atuação de membros do Ministério Público em outras partes que não o nosso país", disse o procurador-geral, em palestra no Seminário Internacional de Combate à Lavagem de Dinheiro, organizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele afirmou que os acordos permitiram assegurar a restituição de R$ 1,8 bilhão envolvidos no esquema da Petrobras aos cofres públicos por meio de cooperação internacional. "Não há democracia possível onde vicejam o compadrio, a ilegalidade, a perversidade e sobretudo a improbidade", disse o PGR, responsável por conduzir as investigações de políticos supostamente envolvidos na Operação Lava Jato. Ao falar sobre a criminalidade, Janot defendeu o aperfeiçoamento da legislação. Entre as críticas feitas, o procurador-geral apontou que a celebração de acordos de leniência com companhias investigadas sem a participação do Ministério Público gera insegurança jurídica. Ele mencionou a importância de leis aprovadas desde a redemocratização, como a de improbidade administrativa, a de responsabilidade fiscal e a lei anticorrupção, mas sugeriu novas regulamentações.