O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será convocado para depor na CPI da Petrobras para explicar a suspeita de escutas ilegais da Polícia Federal (PF) encontradas na cela do doleiro Alberto Youssef, em Curitiba. Segundo a Folha de S. Paulo, na semana passada, dois policiais afirmaram aos deputados que o equipamento era irregular. Como Cardozo é o superior hierárquico da PF, terá que explicar que providências tomou ao saber da escuta. A CPI também deve ouvir Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro Mário Negromonte, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e três delegados. Além disso, também constam na lista aprovada nomes que podem implicar o presidente do Congresso, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): o delator Júlio Camargo e o policial Jayme Oliveira, que disse em depoimento ter entregado dinheiro destinado a Cunha. Cardozo chegou a enviar emissários à Câmara para barrar sua convocação à CPI, mas ela foi aprovada por unanimidade. Os deputados federais afirmam que querem "salvar" a Lava Jato, evitando investigações irregulares, mas integrantes da operação acreditam que os parlamentares querem tentar anular a ação, com medo de estarem entre os investigados.