Os projetos de lei que estabelecem a Lei de Organização Básica (LOB) da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros, duas das mais prioritárias proposições que devem ser votadas nas próximas semanas na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), ainda estão sob impasse, após a interferência, nesta terça-feira (4), do vereador Marco Prisco (PMDB), que assumirá uma cadeira na Casa em 2015. Segundo o vice-líder de oposição, Carlos Gaban (DEM), a Associação de Policiais, Bombeiros e seus familiares (Aspra-BA), da qual Prisco já foi coordenador-geral, coloca como empecilho o pagamento do vale-transporte e do adicional de periculosidade, estabelecidas pelo art. 92 do Estatuto da corporação. “A Aspra coloca que, quando ocorreu a greve, para terminar [a paralisação], o governo teria feito compromisso de pagar o vale transporte e a periculosidade, e para isso o governador tem que regulamentar o art. 92 do estatuto. Como o governador está viajando, vamos ter que aguardar ele retornar”, explica o parlamentar.
Segundo o líder do governo na AL-BA, Zé Neto (PT), "não tem nada disso". “Isso é conversa fiada, o artigo 92 não fez parte de nosso processo de negociação. E o Estatuto e o Código de Ética foi o próprio Prisco o primeiro a pedir para tirar, se ele não anda esquecido do que faz. Gaban não tem culpa, ele está voando nessa história, mas comigo não, aqui a conversa é outra”, aponta o petista, em menção ao processo de negociação de cerca de dois meses com as associações da classe. “A associação de Prisco, como todas as outras, aprovou por unanimidade esse texto da LOB, não tem mais o que mexer. Foi um processo muitíssimo minucioso e de diálogo, como jamais visto antes”, reclama o deputado, que depois de ter apostado na “boa fé e na boa vontade” da oposição, encaminhará um pedido de urgência da votação do projeto para ser apreciado na próxima semana. “Se alguém quer ser o ‘pai da criança’, porque não foi o comandante da discussão, eu não posso fazer nada. Democracia a gente não faz assim, é com diálogo”, alfinetou. O parlamentar ainda acredita que por trás da articulação do deputado Bruno Reis (PMDB) para derrubar a votação, estariam interesses do prefeito ACM Neto. “Onde tem Bruno Reis, leia-se ACM Neto. Eles precisam ter responsabilidade, tem a questão do metrô por trás disso tudo. O prefeito tem que ter responsabilidade para depois não ficar por aí reclamando de que estamos perseguindo ele”, disse, em referência a votação de um empréstimo de R$ 800 milhões para a linha 2 do Metrô de Salvador, que também deixou de ser votado nesta terça. “Corremos o risco de perder esse empréstimo e atrasar seis a oito meses a obra do tramo 3 do metrô [Pirajá – Cajazeiras]”, afirmou.