Uma sessão solene no Plenário do Senado Federal reuniu, na  manhã desta quinta-feira (31), integrantes do Congresso Nacional e da  Justiça Eleitoral para o lançamento da campanha Mulher na Política. A  iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem o objetivo de  incentivar o aumento da participação feminina no Parlamento brasileiro e  as peças publicitárias da campanha serão veiculadas em rede nacional de  rádio e de televisão a partir desta sexta-feira, 1º de abril.
O  presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, fez um histórico a partir do  início de 1932 quando a Constituição Federal estendeu o direito ao voto  aos alfabetizados e às mulheres. O Brasil foi o segundo país na América  Latina a dar esse importante passo no continente sul-americano, após a  iniciativa do Equador. A alteração ocorreu antes mesmo de países como  França e Bélgica. De acordo com dados apresentados pelo ministro,  atualmente as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, no  entanto, apenas 10% do Parlamento é constituído por elas. Hoje são 44  deputadas no universo de 513 parlamentares na Câmara dos Deputados e 13  senadoras entre os 81 eleitos para aquela Casa Legislativa.
Desde  a primeira vez que a campanha foi veiculada pela Justiça Eleitoral, em  2014, o número de candidatas mulheres aumentou 71% naquele ano em  comparação com 2010. “Se nós formos a 1998, a porcentagem de mulheres  candidatas era de 12,5%.  E, a partir de 2012, com as normas relativas  às políticas afirmativas, de percentual de candidaturas por gênero, se  chegou aos 30% e, na de 2014, a 31, 7% das candidatas mulheres”, disse o  presidente.
Iniciativa pioneira em  2014, a campanha passou a ser obrigatória a partir da Lei nº  13.165/2015, da minirreforma eleitoral, que inseriu regras para ampliar a  participação feminina. O artigo 93 da norma garante cinco inserções  diárias de mensagens dirigidas às mulheres, durante os quatro meses  anteriores às eleições. O ministro Dias Toffoli destacou ainda que a lei  também trouxe grande avanço de política afirmativa, ao exigir o mínimo  de 10%  em  propaganda partidária e em inserções de propaganda gratuita à  promoção e difusão da participação feminina na política.
Conforme  ressaltou o presidente do TSE, “alterações mais profundas ainda se  fazem necessárias no seio da sociedade brasileira para que esse objetivo  seja efetivamente alcançado, e isso passa por uma necessária mudança de  mentalidade da forma como se encara o próprio papel da mulher em nosso  contexto social num processo longo de superação de preconceito, já muito  arraigado entre nós acerca do mito da inferioridade feminina”. Por fim,  o ministro Dias Toffoli destacou que não basta garantir um percentual  de registro de candidaturas, mas é necessário, e a legislação vem  evoluindo com o amadurecimento do Congresso Nacional e com a luta das  mulheres, tendo as parlamentares mulheres à frente, garantir meios para  que essa participação seja efetiva e cada vez maior.
Presidente do Senado
O  senador Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, afirmou que vê  sempre com bons olhos as iniciativas que tenham como principal objetivo  equiparar o quantitativo de mulheres ao de homens em todo e qualquer  âmbito da vida nacional.
“É lamentável  que o Brasil ainda esteja no 121º lugar no ranking de igualdade entre  homens e mulheres na política. Em todo o Brasil as mulheres ocupam menos  de 10% das prefeituras e apenas 12% dos vereadores são do sexo  feminino”, disse ele ao ressaltar que para as mudanças ocorrerem com a  maior celeridade possível, o Senado Federal  tem se esforçado no  aprimoramento do marco legal a respeito da igualdade de direito,  estimulando a criação de mecanismos que proporcionem mais oportunidades  às mulheres e acolhendo iniciativas de outras instituições que tenham  também o objetivo de aumentar a presença das mulheres na política.
“Por  tudo isso, é que felicito, mais uma vez, o Tribunal Superior Eleitoral,  representado aqui na honrosa presença do seu presidente, ministro Dias  Toffoli, e do ministro Henrique Neves  e da ministra Luciana Lossio,   pela campanha Mulher na Política”, enfatizou.
Mulher no Senado
Procuradora  Especial da Mulher do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)  lembrou em seu discurso que “dogmas impetrados pela cultura patriarcal  sempre colocou limites à atuação da mulher”. Segundo ela, o que o país  precisa é de uma reforma política eleitoral profunda que, entre as  mudanças almejadas, estejam alterações na legislação eleitoral para  favorecer a construção da igualdade entre homens e mulheres. “Mais  mulher na política é mais democracia para o país”, enfatizou a senadora.  A senadora destacou também que, quando não há empoderamento para as  mulheres, elas são vistas como um ser submisso e objeto de propriedade  dos homens. Por essa razão, é necessário dar voz, cada vez mais, às  mulheres.
Participaram da mesa também as  deputadas federais Elcione Barbalho (PMDB-PA), Dâmina Pereira (PSL-MG),  e os ministros do TSE Henrique Neves e Luciana Lóssio e a primeira-dama  do Distrito Federal, Márcia Rollemberg. Na opinião da ministra Luciana,  a campanha do TSE é mais um importante passo dado pela Justiça  Eleitoral para corrigir a “grande sub-representação feminina, que  precisa de gestos, eventos e atitudes como essa para que seja sanada”.
(Fonte; http://www.tse.jus.br )
  
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