Mundão
Avaliação no Processo de Ensino/Aprendizagem
Avaliação no Processo de Ensino/Aprendizagem
Por: Belarmino Van-Dúnem*
A avaliação é um mecanismo indispensável no processo de ensino/aprendizagem, mas na maioria dos casos é utilizada como meio de classificação ou estratificação dos alunos numa escala institucionalmente estabelecida.
A avaliação do ponto de vista didáctico/pedagógico auxilia o docente e o discente a se enquadrarem no processo de ensino/aprendizagem. Mas isso só é possível se o docente levar em consideraão todos os tipos de avaliação existentes e dar a divida importância a cada uma delas:
a) Avaliação Diagnostica
b) Avaliação Formativa
c)Avaliação Aferida
A avaliação diagnostica tem como objectivo orientar o docente no sentido de saber se os discente possuem os pré-requisitos indispensáveis para compreenderem um novo conteúdo programático, portanto, o discente submete-se a este tipo de avaliação mas deve ser informado que os resultados não têm valor vinculativo, ou seja, não determinam se o aluno transita ou não de classe.
A avaliação Aferida visa monitorizar e avaliar o sistema de ensino de forma geral. Normalmente é realizada pelo órgão responsável pelo ensino a nível nacional e só é realizado quando se pretende introdução algumas reformas no sistema.
A avaliação formativa, por sua vez, é intrínseca a todo processo de ensino/aprendizagem. Permite uma adequação do processo ao aluno, este torna-se o centro do processo de ensino/aprendizagem. Neste sentido a avaliação formativa dá possibilidades de regulação do processo de ensino/aprendizagem, mas também permite identificar os discentes que atingiram os objectivos mínimos para transitarem de classe.
Para que a avaliação formativa seja eficiente e eficaz deve ser contínua. Todo o processo deve fundar-se na avaliação formativa. Este tipo de avaliação prima por conhecer melhor o aluno, constatar se os conteúdos programáticos estão a ser bem apreendidos e adequar o ensino a realidade social, cultural e politica onde decorre.
Esses preceitos são mais ou menos cumpridos ou existe maior consciência de cumprimento no ensino primário e até certo ponto no ensino médio. Mas no sistema universitário poucos são os docentes que se lembram deles. Isso para não falar daqueles que têm competência científica, mas pouco ou nada conhecem da didáctica e da pedagogia. Alias, o professor se comporta como classificador, o “fim ultimo” da sua actividade é determinar “quem passa e quem reprova”.
Muitos comportam-se como autênticos poços de conhecimento, não se fazem acompanhar da famosa cábula do professor, nem qualquer documento auxiliar. Recorrem a memória das aulas dados durante os vários anos de docência. Isso é reprovável porque a ciência muda a cada segundo que passa e os alunos também mudam de ano para ano, por isso é necessário fazer nos planos de aula.
Quando o docente não utiliza a avaliação como instrução de orientação da sua actividade comete o erro de só detectar deficiências nos alunos. Por exemplo, um docente que obtêm 95% de insucesso na sua disciplina deve reflectir sobre a metodologia de ensino que utiliza, mas também sobre os incentivos que dá aos seus alunos. Não é possível que a maioria absoluta dos alunos seja incapaz de aprender.
Normalmente aparecem bodes expiatórios, como os níveis anteriores. Mas o docente que dê essa desculpa cai numa ratoeira comprometedora porque se a maior parte dos alunos não apreendeu um determinado conteúdo não se pode passar para o conteúdo seguinte porque os pré-requisitos não estão captados e, por outro lado, o docente não cumpriu o seu papel de facilitador da aprendizagem.
Mas também não se deve esquecer que a instituição reguladora do ensino deve oferecer as mínimas condições aos seus docentes. Essas vão desde as condições materiais até ao ambiente na sala de aulas. Numa sala com mais de 60 alunos já fica difícil cumprir com o verdadeiro objectivo da avaliação.
* Docente Universitário
- Analista de Política Internacional
- Coordenador do Curso de Relações Internacionais da ULA
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