Nunca se falou tanto em combate à corrupção no Brasil como últimos meses. Com a Operação Lava Jato revelando desvios bilionários causados por irregularidades dentro da Petrobras, conhecida historicamente como a empresa estatal “menina dos olhos” do país, e desvendando a participação de figuras proeminentes da política e do empresariado nacionais em um esquema de corrupção impressionante, o senso de justiça do brasileiro parece ter aflorado. Em protestos nas ruas, ou em manifestações nas redes sociais, a população clama por investigações mais duras e penas de maior severidade para os envolvidos nas irregularidades. Neste contexto da sanha do brasileiro por punições mais rígidas, o Ministério Público Federal (MPF) surge com a campanha “Dez medidas contra a corrupção”, que pretende, através da participação popular, levar ao Congresso 1,5 milhão de assinaturas, solicitando que um projeto que tramita no Congresso e prevê leis mais duras no combate à corrupção seja aprovado. Em entrevista ao Bahia Notícias, a procuradora da República do MPF na Bahia, Melina Flores, explica como funciona a iniciativa e quais são as dez medidas propostas pelo órgão para endurecer o combate à prática corrupta no Brasil. A procuradora fala também sobre as polêmicas que envolvem a campanha, como o apoio do “Movimento vem pra rua”, confessamente a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, e as críticas de que as propostas ferem a Constituição, feitas pelo procurador do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Rômulo Moreira. “O atual cenário, sim, desrespeita a Constituição, pois atinge princípios fundamentais da nossa Carta, como a dignidade da pessoa humana, o processo democrático, pois a necessidade de celeridade do processo é garantia prevista na Constituição”, retrucou. Melina ainda analisou o momento vivido pelo Brasil com a Operação Lava Jato e defendeu o uso da delação premiada, defendeu o uso da delação premiada, alvo de divergências entre juristas. “A colaboração premiada é um instrumento previsto na legislação e precioso para investigação, pois ela norteia os caminhos para os órgãos investigatórios”, afirmou. Leia a entrevista completa na coluna Justiça.